
Foto: oficial - 13ª Expedição à Estação Espacial Internacional - cortesia: NASA
Só ontem fiquei sabendo que a 13ª missão da Soyuz a Estação Internacional chamava-se centenário, obviamente por levar um brasileiro ao espaço e ter sido um brasileiro que a cem anos atrás voava pela primeira vez registrada, com um objeto mais pesado do que o ar o 14 Bis no campo de Bagatelle – França.
Cem anos separam Alberto Santos Dumont do tenente-coronel Marcos Pontes como naquela época, hoje um brasileiro desbrava o céu. Os americanos tomam pra si a invenção do avião creditada aos irmãos Wright (Wilbur e Orville Wright) em 1903 tendo como testemunha uma pessoa e nada mais, não há relatos, fotos, documentos nada que comprove isso. Três anos mais tarde Santos Dumont voa com a constatação de dezenas de expectadores, filmagens e fotos testificando assim a invenção do avião.
Vinte e nove de março de dois mil e seis, cem anos depois de Santos Dumont o tenente-coronel Marcos Pontes faz parte da tripulação da nave Soyuz, além de Marcos o russo Pavel Vinogradov e o norte-americano Jeff Williams, partiram da base de Baikonur no Cazaquistão as vinte três horas e trinta minutos hora de Brasília, madrugada ainda no Cazaquistão, nove minutos depois a nave já se encontra na órbita terrestre depois de desacoplar seus vários estágios, ou seja, a cada operação seus foguetes já sem combustível se soltam da nave restando somente a célula de sobrevivência, a nave por si só.

Marcos além da realização de experimentos científicos de universidades brasileiras a bordo da Estação Espacial Internacional leva consigo uma bagagem particular 2 cd’s de música, fio dental, camisa da seleção brasileira e a bandeira brasileira.
No uniforme oficial a bandeira brasileira no ombro esquerdo e a “bolacha” (patch em inglês) da missão logomarca produzida para identificar a Missão Centenário, que compreende o vôo do tenente-coronel Marcos pontes.
O desenho é conseqüência do trabalho conjunto entre a Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom), e da Agência Espacial Brasileira (AEB) autarquia vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia.

Tradicionalmente confeccionada nas ocasiões que envolvem um lançamento, inclusive de satélites ou foguetes de sondagem e veículos lançadores, as bolachas trazem informações que caracterizam a atividade espacial em questão.
Na bolacha podemos notar as cores da bandeira brasileira, os desenhos estilizados do 14 Bis homenagem a Santos Dumont, a nave russa Soyuz e a estação internacional (ISS). As bandeiras brasileira e russa na parte inferior, e uma estrela ascedente reproduz o símbolo oficial dos astronautas.
Há, também, inscrições gravadas na bolacha, tais como "Missão Centenário", "Programa Microgravidade", que é o nome do projeto da viagem; "AEB", "MCT", "Deped", respectivamente Agência Espacial Brasileira, Ministério da Ciência e Tecnologia e Departamento de Pesquisas e Desenvolvimento da Aeronáutica, além de "Pontes" o sobrenome do cosmonauta.
A bolacha será utilizada nos trajes espaciais do astronauta, entre eles, o Sokol, roupa russa vestida durante a trajetória até a estação espacial.
A trezentos e cinqüenta mil quilômetros de altitude a ISS aguarda a Soyuz dar 34 voltas ao redor da terra para aí sim ter condições de acoplagem. Se alguém puder me explicar o motivo disso, agradeço.
Agora começo a me preocupar com essa construção, pois o pesadelo dos cientistas é proporcionar uma condição de manutenção física melhor aos astronautas já que lá encima sem gravidade os desgastes físicos aumentam, perda de massa óssea e etc. por isso de vez em quando vemos a atividade física constante deles. A solução seria colocar a estrutura da estação em movimento para simular a gravidade da terra; ela se movimenta a uma velocidade de milhares de quilômetros ao redor da terra a cada noventa minutos ela completa esse ciclo, mas falta a rotação o que só seria possível com uma forma toróide ou circular. Coisa impossível no caso da ISS.
As críticas que a missão tem recebido pelo seu custo acho totalmente descabidas, 10 milhões de dólares são facilmente desviados em uma dezena de licitações públicas do governo, perfeitamente normal hoje em dia.
O objetivo é muito maior de que um puro egocentrismo de uma nação o que não é o caso, não canso de repetir que uma nação não se desenvolve com pilares como educação e tecnologia de ponta as outras necessidades vem a reboque.
Felicitações ao astronauta Marcos Pontes, seu sonho é o sonho de todos brasileiros, não ironicamente "estar no mundo da lua" e sim abrir caminho pra outros e despertar o interesse pela ciência e tecnologia.