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quinta-feira, março 10, 2005

Quem quer um abacaxi ?

Ao assistir um programa de auditório na tv, pode ser em qualquer canal... eu ia utilizar uma expressão corriqueira aqui para denominar as platéias, mas... vou contornar o assunto.
Lembrei do Chacrinha (Abelardo Barbosa) que não perguntava nada ia logo tascando um bacalhau da Elke Maravilha, uma abóbora da Dercy Gonçalves, a mandioca do Russo, na platéia de seu programa, aliás era sua marca registrada. Ele foi um gênio da comunicação e revolucionou os programas de auditório.
Hoje em dia ninguém mais joga uma fruta, legume ou raiz. O que costuma voar de vez em quando para a platéia é um cd, uma camisa, revista, livro etc.
Quando um apresentador ao invés de jogar, pergunta para a platéia quem quer determinado objeto, todo mundo acena com a intenção de querer.
A reação é inversa ou meio esquisita quando na interatividade com a platéia não se oferece nada e sim pergunta-se qualquer coisa. Exemplos: Você (homem ou mulher) anda com uma camisinha (preservativo) na carteira ou bolsa? A reação é um emudecimento que só é quebrado por uma gargalhada dos outros a sua volta e um sorriso sem graça da própria pessoa; mulheres tendem a ruborizar-se mais facilmente, não entendo porquê, hoje é de vital importância, se a pessoa tem muitos parceiros ou até mesmo um só tem que se usar preservativo, afinal a camisinha não é somente um método contraceptivo é a única ?ferramenta? que se tem disponível para evitar um possível contágio por DST.
Me empolguei e desviei do assunto, retornando as perguntas; Você já traiu? Quem de vocês roncam de noite? Quem já teve o carro roubado aqui? Alguém tem alguma pergunta para fazer ao entrevistado?
Dependendo da ocasião, assunto e convidado do programa ou simplesmente uma conversa casual a platéia sempre reage de maneira inusitada.
Nestas ocasiões o que me chama a atenção é se a pergunta for jocosa e provoca galhofa das pessoas, um grupo de amigos apontam sempre para um determinado individuo pensando estar ridicularizando-o ou o deixando sem saída e tendo que passar por um suposto vexame em transmissão de rede televisiva nacional.
Isso demonstra que o ser humano tende a deixar o outro em ?uma roubada?, quando a situação irá deixar a pessoa em uma situação vexatória.
Agora quando nesta platéia é oferecido R$100,00 na maior moleza sem precisar fazer nada ou qualquer outro brinde que tenha um valor sentimental ou modesto valor comercial, todos apontam para si dizendo aos brados: Eu... eu... eu...
Tento entender. Alguém poderá me explicar dizendo: na primeira situação é mera brincadeira com o amigo mais tímido da turma ou aquele que merece ser destacado por suas façanhas excêntricas na turma.
Logo em seguida devo pensar que por puro egoísmo essa mesma pessoa não mereça ser apontada para levar uma pequena lembrança ou uma nota de cem pratas! Egoísmo de quem acha que objetos valorosos são para si e vexame e ridicularização são para os outros.
Bons tempos em que não se perguntava quem queria ou não um bacalhau da Elke, ele era jogado e salve-se quem puder! A bacalhoada de domingo estava garantida.

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