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quarta-feira, abril 19, 2006

Todo amor me satisfaz.

Escutei uma frase tão bonita hoje, poderia ser o título do post se eu lembrasse dela.
Numa conversa com um senhor já de idade eu dizia sobre o frio excessivo que chegara em uma época incomum – estamos no outono eu dizia e ele dissera a frase e ainda sem querer me da uma lição dizendo as pessoas reclamam de todas as estações se faz calor demais reclamam, se chove muito reclamam, se o tempo esfria muito reclamam. Eu aceito o que a natureza manda, cada estação favorece uma colheita, uma plantação, dizia o homem.

Apesar de ser um dito popular e na frase ter a palavra amor – única coisa que lembro – fiquei analisando e percebendo que listamos grande parte do significado da palavra amor como sendo aplicada somente a relacionamentos entre seres humanos. O amor é maior e mais abrangente é coletivo é não individual.
Filósofos, pensadores, poetas já tentaram explicar o amor, coisas belas já foram produzidas deste sentimento por essas pessoas e por vezes nos apropriamos desse conteúdo para ofertar a pessoa amada, um pensamento, uma música, uma poesia esse material está aí pra isso mesmo ser direcionado a quem amamos.

O que escutei hoje me fez direcionar o pensamento sobre o que amamos e sobre o que nos ama. É muito mais complexo, com pessoas você ama e é amado, ama e é ignorado. Com o que não é humano é simples ignoramos o amor que nos é ofertado, a natureza e tudo que advém dela nos ama, o tempo, nos ama, as intempéries nos ama.
E o que fazer com tanto amor? Polarizamos de tal forma que só direcionamos ele quando ele é correspondido senão o guardamos e pronto ninguém mais é merecedor dele até o dia em que resolvemos destiná-lo novamente.

O amor não é receita de bolo nem remédio homeopático, não tem dose certa, específica, cada um tem a sua receita e cada um recebe a dose que merece, amor não se explica, apenas ele aparece as vezes não sabemos o que fazer com ele, as vezes ele não sabe o que faz com a gente. É o céu e é a terra, está lá encima, está lá embaixo. Somos amados por aquilo que pensamos ser insignificante, amamos aquilo que pensamos ser significante demais. Amei derradeiramente e ao extremo fui e sou amado extraordinariamente e nesta ternura toda todo amor me satisfaz.

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