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sexta-feira, abril 21, 2006

Réquiem.

requiem aeternam dona eis, 'dai-lhes o repouso eterno'.

Sempre tive em mente que quando morresse queria que tocassem My Way na voz de Frank Sinatra. Depois de um tempo li em algum lugar que a música My Way estava entre as cinco mais pedidas em velórios, uma do Queen estava em primeiro lugar, não lembro qual.
Definitivamente desisti dessa idéia e da música, continuo achando-a bonita, mas não mais pra trilha sonora da descida do meu caixão, isso iria contribuir mais ainda pra choradeira que acho que vai ter.

Esse tipo de celebração fúnebre "O ofício dos mortos" vem desde talvez o século XVIII com composições clássicas famosas de Mozart, Brahms e Verdi. Quem já ouviu uma dessas composições pode afirmar talvez que é realmente de dar medo em quem participa e não uma sensação de "descanse em paz" ao defunto. Mas notará também a grandiosidade da ópera no caso de Mozart, o coral, os instrumentos uma chaleira em ebulição prestando a última homenagem em altíssimo estilo.

Ultimamente uma moça do telemarketing de uma funerária vive me procurando na única vez que conseguiu falar comigo, dei uma despistada, mas é porque os preços realmente estão “pela hora da morte”. E acho que um plano funerário agora está fora de cogitação orçamentária. Em prestações a perder de vista fica suave, mas à vista fica em torno de R$5.000,00 um terreninho pra abrigar o meu "corpinho" após a morte ta certo que na mesma cova posso levar junto, claro que em épocas diferentes, algum outro parente ou dependente.

Não faço objeções em falar do assunto até porque como todos dizem: Essa é a única certeza que temos. Mas vivo dando o cano na moça da funerária, ta na hora de resolver isso logo e dizer que to sem grana, mas já passou da hora de comprar esse terreninho.
Tudo ta incluído inclusive as taxas exorbitantes da prefeitura. Faltou mesmo foi a música, já que não existe uma música padrão – o que seria horrível – nem se pode escolher uma melodia pra que seja entoada nos passos que me levarão "a última morada", aí que se torna inviável esse plano de vez.
Resta contar com a ajuda dos amigos e ao invés do choro entristecedor, uma salva de palmas, mas também pode ficar meio estranho quem não faz parte do mesmo enterro pode pensar que é uma zombaria, mas choro não!

Os amigos mesmo poderiam “beber o morto” depois num barzinho qualquer e relembrando as peripécias e alegrias pelas quais passei em vida poderiam transformar essas estórias em lendas, já imaginou "eu um mito" seria bom demais, assim seria bom morrer todo dia!

Naquele “funeralPlan” será que da pra encaixar uma musiquinha que preste sem custos adicionais? Da próxima vez que a moça ligar vou enrolar ela mais um pouco e quem sabe não ganho a musiquinha. Senão vou ter que me contentar com as palmas e a "terra na cara".

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