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domingo, maio 15, 2005

A mão que te controla.

Escrevo muito. Acho que sim e que não.
Sempre quando leio também ás vezes canso de textos longos sobre o mesmo assunto outras vezes não. Depende da condução do texto pelo do escritor. Fico pensando nos grandes escritores clássicos, que se hoje tem uma notoriedade e um legado profícuo teriam penado nos tempos atuais.
Nas artes, especificamente a pintura, só sei de Pablo Picasso que ainda em vida fez grande fortuna, vendendo suas obras. Na música acredito que foram poucos os compositores que viveram bem ás custas de seu talento. Se bem que em uma época onde não existiam interpretes o trabalho não era menos dispendioso haja visto que além de compor eles tinham que interpretar e com a vaidade intensa de outros compositores, interpretes não existiam.
Escrever é tarefa sozinha e muitas das vezes solitária parece errado, mas explico sozinha: _ pois é você e o papel, suas idéias, pensamentos...
_ solitária pois tem deixa abandonado, apartado das ouras pessoas.
O interessante é que você escreve na maioria para as pessoas lerem, e quando pessoas chegam perto de ti, a vontade e inspiração te abandona, claro as regras em sua grande parte com exceções permitem que uma pessoa próxima a ti, não causem o terremoto da vergonha precoce de um texto ou livro publicado. Teoricamente também tudo é relativo ou relativisado, objetiva ou subjetivamente.
O fantasma do branco me atormenta.
Acho que por isso o fantasma caricaturizado é branco, pois representa nada e alguma coisa ao mesmo tempo.
O Gasper ou Casper ?o fantasminha legal ou camarada?, foi uma tentativa de tornar a figura do medo palpável, neste caso o engraçado é que se fantasma não tem massa como pode ser tangível?
Vida de quem escreve é às vezes triste um telefonema agora me tirou totalmente a linha de raciocínio que estava desenvolvendo sobre o ?Gasparzinho?, agora o jeito foi apelar para a 9ª sinfonia de Beethoven.
Um truque para fazer as crianças terem em mente como é o medo em sua forma lúdica ao menos vidente. Consciente o medo é etéreo e pro-forma é branco transparente.
O ?branco? no texto me ocorreu em um escrito extremamente grande, ele é simplesmente enorme. A tesoura vai agir com destreza nele.
Personagens surgem em profusão uns criados com uma determinada função, fogem ao meu controle, é um motim literário. Tentei tornar um personagem corno e ele da maneira mais absurda queria ser matador; simplesmente perdi o controle dele. Logo em seguida veio o ?branco?.
Com grandes escritores aos quais não me comparo, mas são acometidos deste digamos ?apêndice literário a espera da mão que te controla?. Acontece algo parecido.
João Ubaldo, conta que o branco é terrível e quando ele acontece o texto emperra, falando sobre seu compadre Jorge Amado, João, conta que em suas crises de branco, o recurso era uma prateleira cheia de livros de bolso, da qual Jorge Amado se fartava de ler até encontrar o fio da meada para o término do trabalho ou mesmo aquela era uma forma de desanuviar a mente encalacrada em um nó literário.
Segundo João Ubaldo, usando essa tática, tenderia a plagiar a leitura.
Shakespeare conseguia escrever uma peça dentro de outra, por isso mesmo em sua época conseguia ser um autor popular e admirado pela nobreza que sequer percebia a ironia que era tratada em textos de suas peças teatrais.
Ou seja o povo via em suas obras a ridicularização da casta dominante e obviamente a nobreza enxergava a opressão aos pobres, lacaios. Uma peça com dois textos embutidos, essa era a forma para angariar da nobreza o dinheiro que lhe era pago pelas encomendas de peças.
Escrevo de maneira que me convém, todos fazem isto. Certa vez li um comentário sobre um texto meu que não no meu espaço. Que ele havia sido interrompido em sua metade pois havia causado sono no leitor. Guardei a lembrança deste comentário que me frustrou no princípio e depois me fortaleceu para escrever mais e mais. Deixem a monotonia e o sono pra mim! Na certa sempre haverá textos melhores outros piores, digo que ninguém tem obrigação de escrever bem sempre e ler... bem nunca pensei na obrigatoriedade de ler, penso sim em ler e sempre.
Os autores clássicos e todos os desafortunados que não dispuseram de um mecanismo tão eficaz e capaz de manter um lastro de continuidade em um trabalho dirigido ao mundo como é a internet, pena que eles continuariam a viver e morrer na miséria pois democraticamente o espaço é simbolicamente ?o sopro divino aos apóstolos?.
Entretanto o reconhecimento vem gratificante antes do término do Réquiem de Mozart que escuto agora.



O Jornal do Blogueiro está com uma matéria informativa como Blogs são nova forma de propagar vírus. Vale a pena conferir.

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