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quarta-feira, abril 06, 2005

Heróis de verdade.

Todos nós brasileiros somos heróis diferentemente daqueles que vemos na tela de cinema e da tv, cada um a sua maneira salva o dia de alguém ou o seu próprio.
Seja no ônibus lotado, trânsito engarrafado, o chefe que está de mau humor ou aquele colega de trabalho chato que insiste sempre em trocar o dia de folga com você porque o dentista dele remanejou todos os horários de seus clientes.
Somos heróis, somos guerreiros, mas em um país que carece de tantas coisas, que necessita da correção de tantas injustiças e desigualdades, torna-se difícil à medida que estamos ficando cansados da mesmice e pasmaceira que contamina o ambiente nosso habitat que próspera desalojando o resto da fauna, embrenhando-se e destruindo a flora que nos é tão cara.
Nossos primeiros heróis são nossos pais e esses são para maioria heróis para o resto da vida, depois pode ter outros parentes, nesta mesma condição. Com o passar do tempo damos outros significados para o termo herói, ele pode se um astro ou estrela, ídolo ou simplesmente um mito.
Contraditoriamente algumas pessoas fazem parte da equipe do mal, parte delas vão para o ?lado negro da força? como no filme de capa e espada dos tempos modernos, sendo assim temos essa equipe que vez por outra nos envergonha.
Por sermos heróis suscetíveis aos enganos e fraquezas comuns a humanos ao vermos um de nossos pares brilhando com uma radiante emanação de leveza e competência, tendemos a ver nestas pessoas o que queríamos ver em nos mesmos, mas como não podermos ser bons em tudo, de tempos em tempos surgem seres humanos que nos enchem os olhos com seus feitos. É interessante que a maioria de nossos heróis, estrelas pop ou ídolos aparecem de maneira discreta e ao percebermos a sua grandeza já ultrapassou os limites do inalcançável por outros que caminham a seu lado desempenhando o mesmo trabalho ou função.
Outro dia visitando o blog da Lulu vi a foto do meu herói, uma pessoa que fazia valer a pena torcer, que com mérito, garra e determinação alcançou quase todos seus objetivos. Infelizmente morreu trabalhando no que mais gostava de fazer e irônicamente nas comemorações do dia do trabalho, aqui no Brasil.
A primeira lembrança que lenho de manifestação e apego que tive foi a uma abelha, mas como animais insetos e coisas do gênero não despertam idolatria nem andam no carro do corpo de bombeiros após grandes façanhas ou depois de mortos vi que esse sentimento para com animais era diferente.
A segunda recordação que tenho foi no dia do assassinato do ex-Beatle John Lennon, meus sentimentos ficaram bastante abalados e vi que ele era um ídolo para mim.
Assim como na música nos esportes também, além de dom e talento ali são produzidos muitos ídolos, talvez seja pela vitrine que os expõe e lá eles demonstrem o quanto seus atributos musicais ou seu talento esportivo podem fazer com que parte das pessoas os venerem e cultuem essas personalidades. Citei mais esporte e música, mas não há quem não possa dizer que seu ídolo possa ser um dos vários gênios da pintura, literatura, ciências e tecnologia etc.
Meu ídolo pilotava um bólido a mais de 250Km/h em pistas espalhadas por parte do mundo. Era um ser humano com defeitos e virtudes, erros e acertos, não desafiava a morte e sim ia de encontro aos limites do ser humano, contrariamente as máquinas por ele pilotadas não tinha limites, o único freio possível a tecnologia, este não estava em suas mãos e sim nas mãos de cartolas, fabricantes de peças, técnicos, engenheiros e projetistas dos carros.
Ao longo de sua carreira, positividade, garra e objetividade foram algumas de suas características. Eu aficionado com corridas F1 há um bom tempo vi o começo, ascensão, glória e infelizmente a morte de um dos maiores campeões que a categoria já teve, fiquei muito desinteressado nos primeiros anos da tragédia, mas a vida só termina para quem morre, a perda de um ídolo é muito ruim e deixa um grande vazio, uma lacuna; na memória ficam guardadas lembranças de euforia e tristeza, nas vitórias e derrotas que ele acumulou. As vitórias tinham um ingrediente melhor, a nossa bandeirinha tremulando em sua mão a cada vitória lavava a alma do povo brasileiro que entre muitas coisas precisa de vencedores, heróis, até para quem não via, não se interessava por este esporte, esse gesto impunha respeito e demonstrava que apesar de passar temporadas inteiras fora do Brasil ele jamais esquecera de seu povo um povo batalhador e que merecia ser lembrado no gesto de empunhar a bandeira nacional.
Dez anos foram o suficiente para Ayrton Senna mostrar todo o seu talento e virtuosismo dentro e fora das pistas um ser humano dotado de grandeza de espírito e determinação inigualáveis para ser um campeão dentro e fora das pistas.
Aos meus amigos eu sempre digo que para ser um piloto com as características de Senna é preciso ser um bom piloto, ser arrojado e ter algo que diferencia um bom piloto de um excepcional piloto, uma estrela guia, estrela que o faz brilhar diante do mais puro breu.
O meu herói é assim, brasileiro, sensível, com virtudes e defeitos e além disto escreveu seu nome dentro e fora das pistas, dentro e fora do Brasil e quando sua história for contada para as próximas gerações, sairá de cena o ser humano para dar lugar ao herói quase mitológico.

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