Pages

Ads 468x60px

segunda-feira, fevereiro 28, 2005

A influência do layout na vida de um blog.

O Post comunitário proposto pela Micha
tem como tema hoje: A influência do layout na vida de um blog.
Desta vez o tema foi idéia de La e Dama da Madrugada (Silvia)
O que o (a) levou a escolher seu lay? O que você alterou nele pra que ficasse mais com "a sua cara". Você que fez? Quem fez?
O que mais gosta no seu lay? E o que chama sua atenção nos lays das outras pessoas? O lay de um blog tem influência se você vai visitá-lo de novo (ou não)?

O que penso sobre este assunto é o seguinte:



A influência do layout na vida de um blog

Um layout mostra muito da cara do blogueiro, suas influências e sua personalidade, é tanto que a quase maioria é temático. Seus construtores já imaginam logo como será as frases de chamada, uma música, um mouse de cometa e tudo mais que possa incrementar e tornar chamativo e atraente seu blog.
Existe a indústria dos layouts, pessoas que em seus sites colocam uma enormidade de temas a serem escolhidos pelos candidatos a blogueiro, e também fazem personalizados, para de fato ficarem com a cara do cliente ou com o tema que ele irá abordar no blog, bem, verdade seja dita um lay com animes e mangás não necessariamente falará dos heróis e heroínas japoneses, mas revela a natureza ingênua de seu dono. Um exemplo de definição de trabalho é um lay são aqueles com o nome e integrantes de uma banda, necessariamente volta e meia ou repetidas vezes o blogueiro falará sobre aquela banda ou emitirá opinião sobre o mundo da música com certeza.
Um lay bem feito agrada aos olhos compõe uma estética dinâmica.
No entanto acredito que ele não seja determinante na vida útil de um blog haja vista que o próprio blogueiro depois de um certo tempo se cansa de olhar para a mesma tela de abertura. Acredito que o que determina a longevidade é realmente o conteúdo; reflita comigo: existe uma figura encima e o texto embaixo, á medida que se desce a barra de rolagem a figura some e o que sobra? O texto claro!
Acho que quase ninguém liga muito para um layout bonitinho (exceto aqueles que participam de um concurso, por exemplo o de: ?layout dark criativo? ou ?melhor bem feito?, como queiram; eu não entendo como funcionam esses concursos. Já vi um participando desse tipo certa vez), repara sim no que o blogueiro escreveu e se o visitante interessou voltará sempre, não pelo lay e sim pelas estórias de vida, cotidiano e opiniões postadas ali pelas pessoas; o perfil é interessante também, é bom coloca-lo pois as pessoas gostam de ler a respeito de parte da vida do blogueiro(essa parte aprendi com a Mariah).
Assim a vida útil do blog será determinada pela quantidade de tempo que o blogueiro conseguirá manter entretido seus leitores ou se ele não tiver compromisso com os leitores, quanto tempo ele aquentará escrevendo as mesmas coisas toda vez que for postar.
Quando eu fiz o meu lay não tinha essa noção toda do que escrevi acima, nem sabia se isso importaria ou não, sempre tive em mente uma coisa: Não quero delegar a ninguém a tarefa de fazer meu lay, sempre pesquisei na net a frase do tipo: Faça seu layout em cinco lições.
Fiz muitos esboços para se aproximar do que eu queria e até hoje acho que não ficou bom. A idéia era de uma imagem que desse a impressão de se estar em um congelador cheio de cubos e placas de gelo já que o nome seria e é No Congelador. Logo veio a associação de frio com a cor azul que comumente lembra o frio, busquei tons azuis e fundo branco que imagino serem bloquinhos de gelo. Por sinal adoro ler blogs com fundo branco ou uma cor bem clara (meu astigmatismo agradece) assim a leitura flui mais rapidamente.
O título no inicio era azul, também com o mesmo tipo de fonte que parece congelada e por isso tem esse aspecto que parece grotesco mas é apenas uma coisa que congelou. Por culpa do PS (Photoshop), a fonte ficou grafite com chanfro e entalhe dando efeito de uma fonte que pula pra fora e a sombra projetada iluminando a fonte deu aspecto de algo palpável. O titulo ficou grande e imagina aquele azulão num fundo branquinho que coisa que não ficaria?
Na época não tinha intimidade com o PS, hoje o domino melhor, futuramente poderei fazer uma figura menos agressiva. Há dois meses atrás quis colocar uma geladeirazinha com freezer e tudo para dar uma ?cara pra meu congelador?, aí descobri um blog que tem uma geladeira bonita que parece com aquela marca que começa com electro e termina com lux, desisti, a minha geladeira é um desenho e os abridores da parte de baixo e de cima são uns puxadores antigos da década de sessenta. Nem da pra competir ne?!
Até agora não mexi no lay, mas no html sempre dou um jeito de experimentar novas coisas, afinal a parte mais difícil é justamente o tal html.
Pra mim um lay ?mal feito? (como se avalia um lay? tem regra pra isso?) coisa que não encontrei ainda, não definirá meu retorno ou não, olho o conteúdo como já repeti algumas vezes, leio e comento; o mais interessante é algo que acontece comigo visito um blog com lay bonito, legal, leio e comento insistentemente, no entanto nunca me é retribuída a visita, mesmo assim continuo voltando lá lendo e comentando(escrevi um texto aqui no blog com este titulo: Como comentar? aí da para perceber que o lay é bonito conteúdo legal mas o dono prefere continuar vivendo naquela ?panela de blogs amigos? que já lê, não se importando com novos visitantes.


Quero deixar registrado aqui para que todos os blogueiros visitem o Jornal do Blogueiro, leiam e comentem também.
O JB é feito com carinho para todos nós, sempre com matérias que nos interessam e afinal de contas ele é dos blogueiros (palavras do JB).

Mais blogs com o mesmo tema de hoje:
Blog da Jackie

Micha

O Segredo é Amar

Chinezinha


Postado no Weblogger

Comenta aqui:(15)

sábado, fevereiro 26, 2005

Ele pode te ver.

Tenho um vizinho que tem um cão da raça Pitt Bull, já mencionei aqui os latidos dele em Audiovizinhos.
Desde pequeno eu sempre pedi ao meu vizinho que o trouxesse aqui em casa, e o motivo não é conhecer o bichano e sim fazer com que eleconheça a mim e minha mãe para que em um futuro que espero não aconteça se ele se soltar ou estiver sem acompanhante e por infelicidade eu ou mamãe estivermos na rua ele nos reconheça e faça apenas o que todo cão normal faz: abanar o rabo, farejar, dar pulinhos essas coisas caninas.
A cada mês fico espantado com o tamanho que a criatura tem, é um cão de nove meses, porte médio, cor marrom e manchas brancas nas patas e focinho; deve ter uns cinqüenta centímetros da cernelha até o chão o que impressiona é o tamanho das patas, a largura do corpo o tamanho da cabeça e sem comparação o tamanho da mandíbula do animal.
Rex como é chamado o cão tem uma abertura de boca que comparo a uma cobra engolindo sua presa. Grande parte de vocês já devem ter visto a cobra acionando uma abertura extra quando está a engolir uma presa maior do que sua abertura normal de mandíbula suporta.
O Rex não tem um sistema parecido com o de uma cobra, mas olhando com certa minúcia pode-se notar que a abertura da mandíbula dele vai de orelha a orelha, a expressão: ?rindo de uma orelha a outra?, pode se aplicar a ele e imagino a todos os cães de sua raça evidentemente tirando o sorriso.
Tamanho de mandíbula à parte, desta última vez que o vimos, ele entrou em minha casa fazendo graça, abanando rabo e farejando as coisas, fiz questão que ele me cheirasse, aliás sempre faço isso, só evitei passar a mão sobre sua cabeça pois faz uma semana o veterinário cortou as pontas e os lados da orelha de Rex, - para quem não sabe corta-se a orelha para o cão desta raça ficar mais bonito (e fica mesmo) e demonstrar um porte mais vigoroso sei que este procedimento também é feito com cão da raça Doberman ? as orelhas ainda tinham feridas que não tinham cicatrizado direito, eu que não fui besta de encostar lá.
Eu, mamãe e o dono de Rex ficamos a conversar por minutos, sempre passando a mão no cão e elogiando a postura e seu desenvolvimento. A inquietação dele é constante não para quieto um instante, sempre alerta ele anda de um lado para o outro sem parar, sons diferentes, vozes estranhas e barulho de carro o deixam sempre sem orientação no que diz respeito em o que prestar atenção primeiro.
Houve um instante em que Rex levantou-se e colocou as duas pastas em minha mãe e ficou farejando ostensivamente parecendo procurar algo no colo dela, fiquei atento e preocupado pois o Pitt Bull é um cão que não tem um comportamento padrão ele faz várias coisas desconexas, agindo por instinto.
Ainda bem que seu dono puxou a coleira e ele estava novamente no chão atento a outras coisas, para alívio meu.
O tempo foi passando e na hora em que iam embora, Rex pulou em meu colo e pela primeira vez me olhou, claro ele sempre me olha ao entrar em minha casa, mas desta vez seus olhos verdes me fitaram como se quisesse conversar comigo, durou segundos até que seu dono o puxasse com um golpe na coleira, sendo estes segundos suficientes para estabelecermos uma espécie de contato, não senti pavor ou medo senti foi inquietação com aquele olhar inquisidor como se perguntasse o que eu estava fazendo em seus domínios, isso mesmo domínios, algum criador ou dono de canil me corrija se eu estiver errado, mas ele em qualquer lugar que esteja se sente dono daquele território, então naquele olhar eu senti ofensa e não deixei por menos olhei indiferentemente a sua pressão. O que me deixa pensativo até hoje é um olhar em especial que ele me dedicou... para meu pescoço! Instintivamente para animais predadores as partes prediletas para um ataque mortal, são a barriga e pescoço mais macias e não menos letal a cabeça. Com uma boca daquela até as pernas se tornam um alvo normal, acredito.
Quando ele voltou ao chão já não mais me dava atenção e depois de ir embora tento até hoje saber o que realmente ele quis me dizer com aquele olhar.
Foi uma experiência diferente uma raça da qual não sabemos como se comunicam regularmente entre si, tentou me dizer algo e eu não soube interpreta-lo ou ele pensa que entendi seu recado, mas que recado?.
Não aconselho ninguém que não seja dono deste tipo de animal a tentar ?conversar? com ele.
Não tenho medo de Rex, tenho cautela, esta raça de cão sente pela adrenalina da pessoa quem tem medo dele e medo pra ele é o primeiro sinal de que sua vítima esta preste a ser subjugada.
Sempre digo uma frase depois que ele sai da minha casa: Mãe este cão é uma máquina de matar!

Postado no Weblogger

Comenta aqui:(11)

quarta-feira, fevereiro 23, 2005

Questionário.

Seguinte, a Mariah recebeu por e-mail este questionário, é aquele velho caso das correntes intermináveis que se propagam por e-mails.
Ela que não é adepta desse sistema de reenvio de mensagens resolveu colocar em seu blog as perguntas respondidas e deu a oportunidade de quem quiser participar da troca de conhecimento pessoal é só responder o questionário apagando as respostas e colocando evidentemente as suas.
Muita gente pode pensar: Mas já coloquei tudo que quero que os outros saibam sobre mim no canto destinado ao perfil!
Como disse a Mariah fiquem á vontade.
Se responderem avisem a ela para ser linkado no blog lá, não dói nada.
Mais explicações faça uma visita ao blog da Mariah



1-Que horas são?
16:26

2- Nome e apelido?
Júnio.

3- Quantidade de velas no teu último bolo de aniversário?
Nenhuma. Não comemoro meus aniversários.

4- Furos nas orelhas?
Nenhum.

5- Tatuagens?
Nenhuma.

6- Já foste a África alguma vez?
Não.

7- Já te embebedaste?
Muitas vezes.

8- Amaste tanto alguém que choraste muito por ela?
Chorei, mas em vão.

9- Estiveste envolvido em algum acidente de carro?
Sim, e não era eu quem estava na direção.

10- Peixe ou carne?
Todos os peixes e todas as carnes.

11- Sprite ou Seven UP?
Qualquer um.

12- Cerveja ou champanhe?
Um para cada ocasião.

13- O copo é metade cheio ou metade vazio?
Minha sede ou vontade no momento decide .

14- Lençóis de cama lisos ou estampados?
Lisos.

15- Cor de meias?
Cores não chamativas.

16- Lugar onde te beijam?
Freqüentemente na face.

17- Feriado favorito?
Todos os dias são feriados para mim.

18- Canção que estás a escutar neste momento?
Linchpin ? (Fear Factory) mas acabou de mudar pra Bullet - Hellacopters (Misfits Cover).

19- Flores?
Violetas.

20- O que detestas ouvir falar?
Mais mortes devido a intolerância ou por disputas insensatas.

21- Coca-Cola é simples ou com gelo?
Coca-cola com gelo vira água e água enferruja.

22- Tom ou Jerry?
Tom.

23- Disney ou Warner Bros?
Tanto faz.

24- Restaurante de comida rápida?
Independe se tenho pressa ou não só vê este tipo de estabelecimento hoje em dia.

25- Quando foi a tua última visita ao hospital?
Dia 09/02/05.

26- Como chamavas ao teu ursinho de peluche?
Eu brincava com carrinhos.

27- Onde te vês daqui a dez anos?
Não antevejo o futuro.

28- Quem dos teus amigos vive mais longe?
Todos.

29- O melhor?
Não classifico meus amigos.

30- Hora de dormir?
Quando der sono.

31- Quem pensas que vai responder a este e-mail mais rapidamente?
Não sei quem recebeu este e-mail.

32- Quantas vezes deixas tocar o telefone antes de atenderes?
O tempo de te-lo à mão.

33- CDs?
Pouquíssimos .

34- Pior sentimento do mundo?
Sentimentos ruins não são um só e todos envenenam.

35- Melhor sentimento do mundo?
Concordo com Mariah, mas faço uma ressalva todos que conduzem a um único o amor.

36- Primeiro pensamento que tens ao acordar?
Deus me concedeste mais um dia!

37- Se pudesses ser outra pessoa quem serias?
Preiso de mais tempo para pensar.

38- Algo que tens sempre posto e que nunca tiras?
Pergunta errada, se eu nunca tiro como posso estar sempre a colocar? .

39- O que é que tens debaixo da cama?
O chão.

40- Qual é o carro dos teus sonhos?
Que me leve onde eu precisar já está bom.

41- Quem te enviou este e-mail?
Não recebi este e-mail li no blog da Mariah.

42- Que horas são?
16:38

Postado no Weblogger

Comenta aqui:(9)

segunda-feira, fevereiro 21, 2005

Amor platônico.

A comunidade post comunitário proposto pela Micha segue em frente, hoje o tema é Amor Platônico, preferencialmente o relato de cada um, o meu foi assim...

Amor Platônico

Em uma tarde voltando do trabalho há alguns anos atrás, entrei no ônibus de volta pra casa.
Quando os pensamentos divagavam por paragens bem distantes ? as ruas, esquinas, comércio tudo era igual e o pensamento voltava às lembranças do que tivera sido um dia exaustivo no trabalho, pura rotina chefe mandando empregados obedecendo, cronogramas sendo executados... perdido em pensamentos ? os rostos das pessoas passavam diante de meus olhos e o olhar era apenas instintivo, se me pedissem para fazer um retrato falado de uma só pessoa entre vinte que já havia passado pela minha visão no espaço de dez minutos, eu não saberia apontar uma só característica de nenhuma delas.
Ao se aproximar da minha casa as pessoas iam descendo e o ônibus ficando mais vazio dava para a sensação de desconforto ir passando.
Meus olhos começavam a prestar mais atenção no que ocorria a minha volta, eu ainda estava em pé, pois não havia vagado nenhum lugar para eu sentar. Em um determinado lugar parei e quase quando os pensamentos iam abandonar a realidade novamente, uma freada um pouco brusca fez com que meu corpo projetasse um pouco para frente, senti minha virilha encostar-se na pessoa que estava sentada; mais precisamente minha virilha encostou-se ao ombro dela. Abaixei a cabeça para pedir desculpas e ela já estava me olhando, soltei um pedido abafado ? desculpa!
Em segundos vi uma linda menina cabelos negros, pele branca, olhos verdes ?pareciam esmeraldas - que antes de ofuscarem minha visão ainda percebi sua boca bem desenhada e sem maquiagem dizer um solene - desculpado, mas com um sorriso disfarçado no canto da boca.
Meu Deus! Pensei e bem alto dentro da minha cabeça, quem era essa menina? Onde mora? Como eu nunca vi esta criatura no ?meu ônibus??.
Daquele momento em diante eu só tentava imaginar onde ela desceria e se morava perto de mim. Os pensamentos giravam e quando assustei, ela levantou deu sinal olhou para mim e com os olhos disse - até logo.
Fui acompanhado seus passos, a descida dos degraus do ônibus e sua pisada firme na calçada, um giro rápido ela me olhou de soslaio e partiu com rumo seguro. O ônibus arrancou e duas paradas depois era eu quem descia, mas o pensamento era só naquela menina que roubara meu sossego. Cheguei em casa cheio de perguntas e poucas respostas. Fui dormir pensando naquela menina que se tornara minha Iracema.
Dois dias depois no mesmo horário de volta para casa, mesmo ônibus e nada de eu encontra-la, isso mesmo há dois dias eu a procurava sem sucesso. Caminhei pontos antes de onde costumeiramente eu pegava ônibus, pois no meu raciocínio quando eu a vi pela primeira vez ela já estava dentro do ônibus e já sentada em uma das cadeiras isto para mim significava que ela tomava o transporte muito antes de mim.
Dias se passaram até que encontrei a minha Iracema, cheguei propositalmente perto dela e olhava de relance procurando seus olhos de esmeralda eu sentia que quando eu a olhava, ela estava olhando para outro lugar e quando eu tirava meus olhos dela ela era quem me olhava procurando nos mais recônditos confins da minha mente algo que a dissesse quem eu era e o que desejava dela. Desta vez eu desci antes dela fiquei encucado, pois ela é quem deveria ter descido antes. Os dias se passaram e este era o roteiro eu sempre procurava seus olhos sem encontra-los e descia antes dela.
Certo dia eu já sentado em uma cadeira do ônibus senti uma pessoa roçando em meu ombro, era ela, senti enorme prazer naquilo e quis que continuasse, mas fui pensando esse ônibus está ligeiramente lotado e algum marmanjo deve estar respirando profundamente naquele pescoço alvo e tocando aqueles cabelos de índia, dei um salto e ofereci meu assento a ela e como um cavaleiro escoltando sua princesa eu fiquei impedindo a aproximação de qualquer pessoa. Aí que foi que aconteceu uma coisa que me deu enorme prazer ela era quem roçava seu ombro em minha virilha, mas era um gesto que ao mesmo tempo em que transparecia o profano era sutil e angelical.
Em casa e no trabalho ela era minha namorada - tínhamos programas já marcados para o fim de semana, cinema, passeios no parque namoro em casa ? minha mente organizava tudo, eu sentia saudades e sempre esperava o próximo encontro no ônibus para namorarmos um pouco.
Um dia sentamos lado a lado, oi pra cá oi pra lá e troca de olhares que diziam tudo, sua coxa na minha e com o balanço do ônibus havia uma fricção gostosa sua mão pousou inocentemente sobre minha perna com um arranco inesperado do ônibus, não cabia mais desculpas só um sorriso maroto no canto da boca dela e um consentimento do meu olhar de sofreguidão misturava-se com o dela que mostrava avidez, batimento do coração acelerado rítimo descompassado seu perfume levemente adocicado me inebriava e nossas pernas quase se entrelaçavam, os ombros não se descolavam e em determinado momento com delicadeza sua cabeça pendeu para aninhar-se em meu ombro como se ele fosse um cais que recebe uma embarcação perenemente pedindo ancoragem, naquele momento eu era um porto seguro.
Minha cabeça era um turbilhão de sentimentos de pensamentos minha boca teimava em não dizer nada o silêncio era nosso companheiro. Eu tinha que descer, as pernas não queriam, mas de repente como se parecesse combinado ela se desvencilhara de mim e me dava passagem, com o coração apertado desci.
Neste dia estava sentindo um amor como ainda não sentira antes e no dia seguinte planejei falar com ela tudo o que secretamente escondia em meu pensamento estava disposto a falar com a boca não mais com o corpo nem com os olhos por um só momento era o bastante.
Não encontrei mais ela; andei alguns quarteirões nas imediações do meu trabalho... nas adjacências da minha casa. Fiz isto por dias, peguei ônibus em horários diferentes.
Meu coração agora apertado pela ausência do meu amor ia explodir de ansiedade, saudade, em minha mente bailavam porquês intermináveis - porque eu não tinha puxado conversa ? porque não tinha declarado meu amor ? porque não perguntei seu nome, porque... porque...
Meses depois desisti da procura e senti que ela não estava mais perto de mim.
Meu amor platônico foi assim silencioso, puro, casto inocente e imaculado como deveria de ser. Amei e fui amado, fui correspondido plenamente. Só que um dia ela se foi.
Desta experiência aprendi que existe um amor que não é desgastante, ridículo, cheio de cobranças e que não tem rotina.
Ele fica saltitante na hora do encontro, receoso na partida e não morre na despedida, no entanto não espera, tem vida própria.

Postado no Weblogger

Comenta aqui:(9)

quinta-feira, fevereiro 17, 2005

Escambos da Redação.

Os últimos dois posts, que podem se resumir em um só surgiu da conversa que tive com um amigo meu há alguns meses atrás.
O gancho para o tema me apareceu como de estalo. Em determinado momento da conversa ele me dizia como ia a vida e como ele e sua esposa estavam na batalha para seguir em frente na luta diária; trabalho, convivência esse papo todo normal que uma vida de casado agrega e que no próximo ano programavam ter um filho.
Isto pra mim soou estranho e comecei a perceber que tudo estava sendo programado hoje em dia, inclusive filhos.
Hoje tudo é programado como se programa a tv que vai assistir ou a peça de teatro que vai ver no fim de semana.
Programar a concepção me parece estranho, a perpetuação da espécie não é mais uma coisa divina e humana tornou-se completamente terrena, às vezes circos são montados para se assistir um parto, mas assistir não no sentido de auxiliar, ajudar; socorrer e sim acompanhar visualmente, ver, testemunhar, filmar, fotografar e tudo mais que a mídia puder oferecer.
Meu personagem não foi um projeto de vida, foi um projeto de ciência elaborado com os mais modernos recursos que a medicina pode oferecer hoje em dia e também com que o dinheiro pode também sustentar.
Em determinado momento da vida sua mãe revela para o filho, toda a teia engendrada para sua concepção e gestação, ele se sente um produto modelado, fabricado para consumo e exposto em uma prateleira de supermercado, a vida para ele é um completo vazio, tudo o que seus amigos passaram com suas famílias ele nunca teve, seu primos, tios, avós, mãe, pai e útero gerado estavam espalhados por todos os cantos do mundo.
Com todas as preocupações que seus pais de criação tiveram para que ele se tornasse um homem de primoroso caráter, inteligência acima da média e convivência em ambiente extremamente luxuoso não determinaria seu comportamento correto, caráter reto ou um virtuosi da música e muito menos um gênio de matérias curriculares da escola. Um ser humano normal.
Ele poderia simplesmente se tornar um ser humano com o desvio de caráter e comportamento duvidoso, psicopata; talvez maquiavélico ou sanguinolento como, por exemplo, o Unabomber e Charles Manson americanos, Bella Kiss húngaro, ou o ?Bandido da Luz Vermelha? e ?Maníaco do Parque? brasileiros.
Alguns elementos têm um sentido na estória. O bolero de Ravel, por exemplo, um réquiem escutado a exaustão pelo rapaz dá o sentido de repetição, porque por mais que seus pensamentos tentassem ser conclusivos, eles circulavam incessantemente em sua cabeça. Tudo o que ele raciocinava transformava-se em um redemoinho sem parar de girar.
O tiro na cabeça foi justamente para que esses pensamentos parassem. A tela de Henry Matisse respingada de sangue representava seu desprezo pelas artes e quem sabe insensibilidade aos mestres da pintura.
Bem, só mais um tema para ser abordado um envelope com duas cartas uma vazia igualmente como sua vida e outra escrita um indício da única estória verdadeira que se iniciava em sua mente atordoada e que na verdade era o fim com seu suicídio.
O texto ?Pra valer à pena?, por mim escrito tem um teor alcalino e paradoxalmente denso de uma experiência de vida qualquer, mas dentro deste texto está sublinhado o teor das palavras escritas na carta do suicida vocês lendo de novo somente o sublinhado verão que ele não primava pela comunicabilidade por isso poucas palavras para explicar a ação terrível por um motivo que com o tempo poderia se tornar aceitável com mais diálogo familiar.
Quem se suicida deixa um bilhete? Sim e não quem sabe, talvez; o meu suicida deixou e dois com significados lógicos para ele.
Seus motivos, não discuto se são justificáveis ou não deixo no ar; se ele foi capaz de tirar sua própria vida ele seria capaz de tudo.

Dica pra ouvir: Led Zeppelin - D'yer Mak'er

Postado no Weblogger

Comenta aqui:(12)

domingo, fevereiro 13, 2005

Pra valer à pena.

Pra valer à pena eu ter vivido, tive que mostrar força na primeira dificuldade, não suicidei porque não tive coragem; coragem foi mostrar perseverança, minha vida é a mais importante coisa que Deus me deu.
Pra valer à pena precisei da ajuda de meus amigos, que não me abandonaram, peças fundamentais na minha estruturação. Estiveram sempre mandando energia positiva, e também quando não estavam presentes, a casa não ficou vazia igual a tantas que vi ao longo do período, com gente morrendo e eu vendo tudo na rede.
Pra valer à pena o esforço foi dobrado, não como uma primeira folha de papel, mas como uma malha de ferro que precisou ser moldada, ate adquirir forma novamente. Encima da cama fico, mas sabendo que no pensamento viajo por lugares e mundos estranhos, e é assim que meu espírito tem liberdade.
Pra valer á pena, existe a força de um pensamento firme, digno, capaz, que não pode se abalar remoendo questões do tipo: Porque eu a trouxe pra cá? Foi entre outras coisas pra te proteger, quando teu guardião piscar, assim nada mais vai me incomodar.
Pra valer á pena, sabia que ninguém iria me entender se eu ficasse de mal com o destino e o culpasse por todos os meus tormentos, talvez ele me explicasse o motivo porque eu e não os outros que não dão valor a vida. Se alguém conseguir ficar vendo tudo se acabar e não fizer nada, será uma pena, pois eu faria, mas estou imobilizado agora; venha você pode conseguir ler nos meus olhos preciso de socorro, isto é o primeiro aviso.
Pra valer à pena, tive de aprender a dizer: Por favor, obrigado, desculpe meu erro...
Pra valer à pena, criei um mundo maior do que aquele que vivo e adeus aos que comigo, nele, não querem viver.

Postado no Weblogger

Comenta aqui:(11)

quinta-feira, fevereiro 10, 2005

Filho teu.

... Meu filho te criamos com tanto amor e carinho, pode ter certeza você foi o mais amado entre todos os bebês que nasceram no mesmo dia e na mesma maternidade que tu nasceste.
Temos que te contar algo para que tua vida não fique vazia de informações ou que no futuro próximo tu saibas por teus avós ou por outras pessoas.
Por causa de problemas comigo e com teu pai tivemos de contratar uma barriga de aluguel para te gerar, mas não para por aí o sêmen usado para a fecundação foi escolhido nos Estados Unidos e o óvulo na Dinamarca a inseminação feita na Austrália e a mulher que te gerou é Sueca.
Desde o inicio tivemos o cuidado de nos certificarmos a origem do óvulo e sêmen os dois são de ganhadores de Premio Nobel, não sabemos a identidade dos dois doadores, mas o homem com QI de 250 físico nuclear e a mulher Ph.D. em biologia molecular e extensão em Integração de Sistemas Sinérgicos para evolução das espécies. E quem te gerou é Ph.D. em Matemática pela Universidade de Strasburgo. Não foi uma maravilha sua criação?
Tem mais escolhemos a data da fecundação e a gravidez foi confirmada na conjuntura de Marte com Plutão coisa que só ocorre de 65 em 65 anos.
Programamos teu nascimento para 6:00hs horário excelente na cabala, ah! E dia mês e ano também foram escolhidos a dedo, pois você nasceu exatamente em números de nove, palíndromo, as Runas mostraram que seria melhor assim e também foi no ano em que teu pai foi promovido presidente da multinacional em que trabalha na filial dos Estados Unidos, fantástico! Não achas?
Foi tudo meticulosamente calculado para que tu foste a criatura mais feliz da face da terra. Agora que tu estás preste a entrar para a faculdade que sempre desejamos que fosses aceito e fazer a disciplina que pensamos que tu sempre farias.
Bem esta é toda a tua história, como tu encaras teu destino meu filho?
_Vou para meu quarto.

A mãe senta-se na poltrona, aliviada por tirar um peso enorme das costas, e começa a ter uma reflexão sobre a conversa que tivera com o filho.
Em um momento de breve distração e solta um balbuciar: Deu tudo certo!
Chega noite, o rapaz ainda trancado em seu quarto ouvindo o Bolero de Ravel há horas. Lá fora um carro para, um senhor de meia idade desce, fecha a porta e aciona o alarme, caminha até a casa olha a noite estrelada balança a cabeça positivamente e entra em casa.
Querida contou para nosso filho? Sim meu bem, tudo.
No andar de cima da casa uma porta se abre, passos no corredor, outra porta é aberta. A música é interrompida por um estampido de uma cápsula de bala deflagrada.
Apressados pai e mãe sobem as escadas entram no quarto e segue-se a cena: Uma tela de Matisse respingada de sangue, cravejada com uma bala, o corpo do jovem no chão, carpete banhado em sangue na altura da cabeça da vítima, perto da mão esquerda um Magnum 357 e um envelope encima da cama com os dizeres: Pra Valer à Pena, a mãe pega o envelope, abre, pega dois bilhetes, o primeiro está em branco, o segundo...

Postado no Weblogger

Comenta aqui:(7)

sábado, fevereiro 05, 2005

24 horas.

24 HORAS

Estava aqui escrevendo um texto de repente me veio a lembrança do final da terceira temporada da série 24 horas, três momentos que pra mim foram marcantes:
? O episódio do assassinato, autorizado pelo presidente David Palmer, de um dos agentes diretor da UCT(Unidade Contra Terrorismo) Ryan Chapelle assassinato este que fora imposto por condição do terrorista Stephen Saunders, sob pena de liberar mais frascos do tal vírus.
? O episódio do decepamento da mão do agente Chase Edmunds o qual estava preso por sua própria intenção ao detonador do vírus que iria infectar grande parte da população de Los Angeles.
? No fim de tudo o agente Jack Bauer que estava ligado a todos esses acontecimentos, pois matou Ryan, decepou a mão de seu amigo e futuro genro (quem sabe) Chase, chorou quase copiosamente depois de durante toda a temporada ter demonstrado frieza e calculismo invejáveis.
E tudo isso para se evitar a disseminação do tal vírus, sem antídoto ainda existente.
Ficção à parte, fiquei imaginando até que ponto um homem(o presidente) autoriza o assassinato de outro amparado pela lei? O assassino agente Jack comete o ato com a mais pura frieza, tendo em vista que a morte do Ryan assegurava por enquanto as intenções do terrorista.
O mesmo agente com breve instante de resistência pega um machado decapita a mão de seu companheiro, também com uma insensibilidade enorme, pelo menos aparentemente.
Nem sempre a ficção deixa de se misturar com a realidade, simplesmente a partir do exemplo figurado, não enxerguei duas pessoas o homem que mata, mutila e no fim chora.
Simplesmente vi um ser humano com defeitos e virtudes, que ama seu país e as pessoas que nele vive, que faz tudo para proteger o próximo e que daria a vida em detrimento de uma causa justa.
Matar, morrer está sempre na vida deste agente secreto, que pode ser cada um de nós, pois todos brincamos de super-homem a todo o momento e no Brasil que vivemos com toda a insegurança só fazendo parte de uma elite metaforicamente materializada de ?agentes secretos?.
Nossa vida é mais ou menos assim, estamos sempre buscando sobrevivência seja nos alimentando ou nos digladiando com tudo e contra todos que queiram nos derrubar.
Nossa sobrevivência está além de nossa compreensão há milênios o homem caçava para ter o que comer já era antropofágico. Não sabia plantar nem colher, não dominava a técnica e cultura do plantio, eram nômades.
Hoje além de herdar essas características ancestrais de sobrevivência, particularmente o ser humano aprendeu a ter sentimentos, de onde apareceu essas peculiaridades? Sentimos dor, afeto, carinho, amor; mais nobres e ódio raiva inveja, rancor; menos nobres.
Ao chorar Jack Bauer, extravasou todo o sentimento reprimido que ao longo de toda a trama teve de evitar.
Assim somos, da ficção para a vida real novamente, digo não somos agentes secretos que temos que salvar uma cidade e talvez o país, não temos que matar um amigo para salvarmos centenas de milhares de desconhecidos, não temos que mutilar nossos companheiros para separa-lo de uma arma bacteriológica, não temos que reprimir nosso choro para parecermos insensíveis e invulneráveis.
Temos de ser simplesmente humanos.

Postado no Weblogger

Comenta aqui:(9)