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segunda-feira, janeiro 31, 2005

você, sente saudade de quê?

Como tema proposto pela Micha e prontamente aceito por mim, saudade nos remete sempre as épocas áureas de nossas vidas.
Eu gostei de poder rememorar, de mexer no baú, na caixinha de jóias que é nossas vidas, um verdadeiro relicário.
Bem de tudo aquilo que nos alicerçou e continuará sempre nos tornando peças únicas no tabuleiro da vida.
Embarque você nesta também.
E você, sente...

E você, sente saudade de quê?

Sabe não há como sentir saudades de coisas ruins, elas também serão lembradas. E as coisas boas então, essas sempre queremos de alguma forma rebobinar a fita de nossas vidas e passar sempre pelas mesmas situações agradáveis de novo, só que desta vez teremos experiência para lucrar melhor, pois a maturidade faz com que saibamos que aquele momento será único e por isso o aproveitaremos com grande qualidade.
A frase não é minha, e é mais ou menos assim: sente em uma chapa quente por um minuto e parecerá que já se passou uma hora, esteja com a pessoa amada por uma hora e parecerá que se passou apenas um minuto. A saudade de um grande amor é assim. E assim sentimos saudades de tudo que de bom durou anos, mas em nossa lembrança durou apenas minutos. A minha fase de estudante primário e colegial durou anos, mas parece que só se passaram dias, dias de momentos felizes. Se eu pudesse voltaria a quarta série e daria aquele que poderia ter sido meu primeiro beijo; ela era linda a Julia, e eu fiquei todo ruborizado e mascava um chiclete que teimava em não sair da minha boca, naquele momento ele era a muleta que me amparava, pois as pernas estavam bambinhas, mas também como beijar com a molecada dentro da sala de aula gritando beija... beija, não beijei.
Saudades sinto de pessoas que nem cheguei a conhecer, meus avós.
Do gato chaninho, maritaca cocota, cachorros farouk e chaparral.
Dos que morrerem meu tio Benedito meu padrinho João, aliás, saudade de entes mortos, acho que é lei todos sentimos, pois com cada um deles temos histórias pra contar.
Da infância parece que existe um caldeirão de sentimentos nostálgicos, adolescência também, lembro das viagens com a banda Butcher, banda de amigos meus, da qual eu era o road crew, um road é uma espécie de músico frustrado, no meu caso só servia pra carregar instrumentos e passar o som da bateria meu instrumento dileto, era trabalho análogo a de escrevo, eu definia assim e gostava de desempenhar as tarefas a mim designadas. Conheci cidades e alguns estados assim viajando com eles. O show da banda Kiss no Mineirão, primeiro mega-evento no Brasil neste gênero musical.
Das bebedeiras nem se fala todo fim de semana voltava miando pra casa chapadão mesmo, isso com apenas 15 anos de idade. Essa fase foi estupenda dos 14 aos 17 entortava o chifre mesmo, e queria mudar o mundo.
Saudades de papai que morreu quando eu só tinha 18 anos, eu vejo meus amigos com seus pais ainda vivos graças a deus, diga-se de passagem, adoto os pais deles como se fossem meus.
Tudo que foi o primeiro de uma série: meu quixute, macacão ou jardineira, não sei bem que nome se dava aquilo, sapato vulcabrás, tênis nautilus, meus carrinhos que se quebravam e depois o Uri Gueller ia lá em casa e consertava, enfim...
Saudades da primeira visão do mar foi monumental, me senti o Príncipe Namor (pronuncia-se néimor, só fui saber disto depois de adulto), aliás, gibis de estórias em quadrinhos eu fazia coleção, o poderoso Thor era eu. Mas voltando ao mar foi incrível, o caranguejo que comi na época tenho a lembrança até hoje do sabor dele. Passei o ano novo nesta praia, todo mundo de branco, fogos de artifício, todo mundo se confraternizando, foi excepcional.
Minha primeira paixão por uma mulher mais velha eu tinha uns 11 ou 12 anos, Zenaide professora de geometria, como ela era linda devia ter uns 22 anos.
Minha primeira namorada a qual amo até hoje, a recente ex-namorada não deu tempo de construir uma história, mas tinha tudo pra ter dado certo.
Dos carrinhos de rolimã às corridas de kart, foi um tempo maravilhoso, eu acelerava muito.
Bem saudosismo é passado, nostalgia, coisas bem velhas, talvez nem muito velhas pode-se sentir até do reveillon do ano passado. Mas o interessante pra mim é que quanto mais antiga a lembrança mais nítida ela se forma em minha mente. Saudades eu sinto não por sentir, mas para viver.

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