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domingo, outubro 14, 2007

As águas de Minas.

Aqui em Minas nos últimos dias faz um calor terrível e conversando com um amigo sobre isso naturalmente o assunto foi se encaminhando para a água, especificamente a água mineral engarrafada.
Em Minas na Serra da Mantiqueira tem o grande circuito das águas composto pelas cidades de Baependi, Cambuquira, Caxambu, Lambari, São Lourenço, entre as varias atrações turísticas as fontes de águas minerais são a grande atração no circuito, oferecendo diferentes tipos de água mineral e tratamentos variados através da água e suas propriedades (termalismo).
Daqui sai boa parte da água mineral engarrafada vendida no Brasil inteiro.

A gigante multinacional Suíça Nestlé que domina 19% das vendas globais de água envasada havia comprado um terreno em São Lourenço já algum tempo e explorava na Fonte Primavera o envasamento e comercialização da água mineral PureLife simplesmente a mais cara do mercado.
Isso se devia a um processo altamente agressivo usado pela empresa; para fabricar a PureLife, a Nestlé sem estudos sérios de riscos à saúde, desmineraliza a água e acrescenta sais minerais de sua patente. Este processo consiste em desestabilizar a água e acrescentar sais minerais para fechar a reação, ou seja, essa água é pura química.
A desmineralização de água é proibida pela Constituição.

Para piorar o ritmo de bombeamento estava acima do permitido, não obedecendo às normas de restrição de impacto ambiental, expondo a saúde da população a riscos desconhecidos. Esgotando esse recurso já afetava a região toda, as águas de São Lourenço estavam afundando devido ao comprometimento dos lençóis subterrâneos. O ritmo de bombeamento em níveis além do aceito comprometia os poços minerais, cujas águas têm um lento processo de formação.

Após várias tentativas junto ao governo o consultor ambiental Franklin Frederick conseguiu ajuda na Suíça, a igreja Católica, igreja Reformista, grupos socialistas e a ong ATTC se uniram com intuito de parar a empresa que vinha operando sem licença estadual, conseguiram interpelar em público o presidente Mundial da Nestlé, irritado o presidente disse que iria fechar a fábrica no dia seguinte o governo mineiro (bola fora Aecinho) baixou uma portaria regularizando a atividade da empresa.

Interessante que os meios de comunicações brasileiros nem se importaram com isso ao contrário na Europa esse caso foi alvo de várias reportagens em jornais de alguns países e matéria extensas na televisão onde a empresa responde por comprometimento ambiental. Aqui no Brasil acho que só a revista ISTOÉ noticiou o fato.

Isso tudo é um grande jogo político, pois Minas não quer perder a gigante dos alimentos, operando no Estado, um vereador petista em São Lourenço que vinha lutando contra a empresa levou um cala boca da cúpula petista do governo federal, porque a empresa colabora com o programa Fome Zero, colaboração está que é pura sujeira.
A empresa diz que reverte parte da venda de seus produtos ao programa e ainda contrata e treina o agentes do Fome Zero, o governo petista iria perder essa boquinha?!

Nos Estados Unidos, habitantes dos Estados de Connecticut, Maine, Michigan e Califórnia abriram processos contra a Nestlé Waters alegando a exploração desmedida dos recursos hídricos de suas comunidades. Segundo a ONG norte-americana Sierra Club, os moradores afirmam que a empresa se beneficia enquanto os consumidores pagam mais de mil vezes o custo da água mineral. (trecho destacado copiado da revista ISTOÉ)
Aqui no Brasil o povo nem toma conhecimento e se sabe não corre atrás de seus direitos; espera que alguém do governo se manifeste e se o governo num faz nada contra seus interesses o povo faz duas coisas, cruza os braços e reclama do governo.

Aqui em Minas a Nestlé pra se livrar de maiores dores de cabeça parou de envasar a PureLife, mas é dona das marcas Acquarel, Petrópolis e São Lourenço e comercializa as importadas Perrier, Sanpellegrino e Acqua Panna.

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