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quarta-feira, agosto 09, 2006

Carta de uma estória antiga.

Há tempos não escrevia uma estória resolvi contar uma em forma de carta, ela foi escrita mais ou menos assim...

Oi Rebecca hoje em dia tem gente que não tem tempo e tem as que fazem o tempo, parece com aquelas que acontecem e as que fazem acontecer.
Outro dia eu estava chegando no limite da razão em relação as pessoas que permanecem próximas, mas apenas como vitrine e vem sempre com a mesma conversa. Felizmente um texto me deu uma nova visão sobre esse tema, não digo que enxerguei a luz, mas estou tentando rever conceitos arbitrários que desenvolvi. Eu chego lá.
Uma delas você conhece é o Osvaldo; conversando com aquele figura pelo telefone, ele me disse que o filho dele já tem 3 anos só aí me dei conta que tinha uns 4 ou mais que não nos víamos. Minto, lembrei agora que o vi no dia do seu casamento e mesmo assim não trocamos um assunto produtivo nem sequer aquelas palhaçadas que você bem conhece. Foi algo na base do sorriso amarelo e algumas trocas de elogios, quando fui embora nem me dei conta que não havia me despedido dele.
Quando fez 1 ano de aniversário de seu casório liguei pra vocês, depois seu marido me disse que tinham viajado e me contou sem maiores detalhes sobre o falecimento da mãe do Emerson, seu marido me passou o número do telefone da casa dele e me pediu pra ligar, durante nosso papo pensei “e dizer o que?”, se fosse no dia apesar de ainda não ter muito o que falar seria melhor, mesmo assim depois de desligar o telefone, liguei pra lá algumas vezes e o telefone chamou até cair a ligação, liguei pra um número de celular da Judite e só deu caixa postal, enfim não era mesmo pra eu conseguir falar sinceramente não sei o que, não por não conhecer a mãe dele muito pelo contrário a situação é que era demasiada delicada.

Sua progressão na profissão é inegavelmente necessária, quando seu marido é que queria ir para a América você se lembra bem e deve ter sofrido com uma ansiedade enorme. Agora é sua vez e o que antes era namoro sem maiores feridas agora é uma união estável compartilhada por dois adultos, só o futuro tem as respostas, seja qual for o caminho os dois devem seguir unidos, mas lembre que união nem sempre pressupõe relacionamento siamês, enfim vocês encontrão a solução que ajude os dois a crescerem e continuando a se amar como agora e sempre.

Uma pena pra mim e talvez alívio pra sua mãe a separação dela e Roger. Digo uma pena por não conhecer a intimidade dos dois e os acontecimentos que se seguiram.
Esse “filme” você e Judite já viram antes quando da separação de seus pais e não sei com que traumas passaram pela situação; olhando hoje você e Judite são guerreiras e vitoriosas. Uma pena é Ester, sua irmã mais nova passar pelo mesmo, mas como você disse ela já é uma moça e sabe digerir melhor essa situação creio eu. As gerações evoluem na sua época os tempos eram outros, hoje Ester tem uma gama de instrumentos e fatores internos e externos pra digerir essa situação. Uma coisa é certa ela e ninguém merece viver com uma ausência mesmo que com os dois juntos Roger e D. Elza representassem ausências conjuntas.
O ruim é a solidão que agora sua mãe irá experimentar de novo e talvez continuamente.
A velha solidão da qual minha mãe sempre reclama e de certa forma eu também, guardadas as devidas proporções em relação a D. Elza e Ester.

Aqui continuamos na mesma com todos os agravantes do sedentarismo. Estou preocupado, pois me acho sedentário isso não é nada bom preciso tomar novos rumos, mas isso você já sabe.
Tinha, acho mais coisas pra dizer, mas guardo pra sobrar mais assunto pra depois.
Grande beijo pra você, mãe e pai não esta aqui agora pra dizer que manda também um beijo, mas digo que eles ela manda um beijo sim, quando eu disser a eles com certeza minhas palavras não serão mentiras.
Que a sorte lhe sorria sempre.
Do amigo, Marcos.

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