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domingo, fevereiro 26, 2006

Meus carnavais.




Seria mais fácil falar do carnaval de outras cidades porque aqui em Belo Horizonte não fica quase ninguém pra contar história. Os habitantes daqui viajam pra cidades do interior ou para outros Estados pra pular, brincar, aproveitar o carnaval.
O carnaval daqui sempre foi muito "fraquinho", a cidade ainda não encontrou uma fórmula pra segurar seus habitantes ou atrair turistas. A fórmula dos trios elétricos e escolas de samba tradicionais de outros Estados não a contento aqui, a exceção foi o carnaval fora de época as tais micaretas, aqui batizaram de carnabelô, mas incomodou tanta gente com sua barulheira, bagunça e arrastões que fez algumas peregrinações por diversos locais como avenidas de beagá da grande beagá até ser sepultado definitivamente no Parque de Exposições da Gameleira. Com isso fica o pensamento: quando a bagunça é feita em casa ninguém gosta, quando é feita no quintal do vizinho fica tudo liberado (desde que o vizinho esteja bem distante).
Quis dizer com isso é que aqui em beagá quase todo mundo se incomoda com a bagunça do carnaval, por isso ele viaja pra ver a bagunça noutra cidade.

Os desfiles nem sempre foram consistentes e nunca tiveram um espaço físico permanente para que eles acontecessem tenho quase certeza que esse fator foi decisivo pra o carnaval daqui nunca ter tido a popularidade que existe em outros lugares; houve época que por alguns anos não houve nem desfile que sempre foi baseado em blocos caricatos, algumas agremiações se denominam escolas de samba, mas se comparadas as escolas do Rio de Janeiro elas mais parecem um amontoado de gente com fantasias desfilando e rodando que nem batedeira, contudo o esforço é grande hoje em dia há desfiles de rua num local reservado alguns carros alegóricos e alas fantasiadas, mas nada comparado aos desfiles do Rio.

Eu nunca pulei carnaval, aliás, nem gosto de carnaval, de samba e coisas do gênero, uma única vez fui ver o carnaval numa cidade da grande beagá e o que vi foi só muita gente subindo ou descendo a ladeira, aqui em Minas é assim é montanha pra tudo quanto é lado e dentro da cidade seja capital ou interior sempre vai ter uma ladeira no meio do caminho de quem transitar por aqui.

Não tenho nada contra o carnaval em si, mas os excessos que são cometidos durante a festa é que são de entristecer, seja direção perigosa, vândalos a depredarem o patrimônio público, bebedeira sem responsabilidade.
Não faço nada nessa época fico em casa mesmo, talvez seja reflexo da educação que tive, meus pais nunca me fantasiaram de indiozinho, pierrot ou arlequim pra pular carnaval em algum lugar; não vejo isto como falha ou acerto na educação apenas foi uma escolha. Pra mim tanto faz estar em casa sossegado ou com amigos em algum baile de carnaval coisa que raramente vou, se fosse para escolher em casa é o melhor lugar, não tem aquela barulheira toda, nem tem gente pisando no seu pé, nem aquele música repetitiva de todos os anos, aliás, carnaval não se reinventa é sempre a mesma coisa o que aumenta é a quantidade dos componentes, e o tamanho dos carros alegóricos isso onde há desfiles; com os trios elétricos é a potência sonora que aumenta. Quando ele surgiu aqui no Brasil nos moldes de como é conhecido hoje era sim uma novidade depois evoluiu e parou no tempo. Pra mim a grande contribuição que o carnaval oferece fora o lucro com o turismo é a de contar histórias em seus sambas-enredo, narrativas de personagens históricos ou não, lugares, paisagens, acidentes geográficos, mitos, lendas etc.

Enfim preferi falar mais do carnaval fantasma da minha cidade com pequenas comparações a de outros Estados e deixar os aspectos do carnaval em si de outro lado já que ele é evidenciado como grande fonte de renda dos Estados em que ele deu certo, talvez como festa pagã e cheia de simbolismos o carnaval atrai multidões.
Acho que ele não deu certo aqui por falta de investimentos e também por não ter tido uma raiz folclórica, aliás, o que tem mais em Minas são festejos folclóricos, mas ligados mais a manifestações religiosas; assim como no Nordeste e em outras regiões do País, em umas mais outras menos.
Só posso dizer dos carnavais que não vivi, talvez esteja sendo ponderado demais ou leviano ao extremo em falar de uma cultura que praticamente não participei, mas é isso que vejo com os olhos de observador.

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