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quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Que nem criança.

Outro dia estava pensando como as crianças vêem os adultos, aí lembrei de: O Fantástico Mundo de Bobby nesse desenho o personagem Bobby de 4 anos de idade cabeçudo e de pés grandes, entra num mundo complexo e cheio de confusões que é o mundo das crianças, por não entender o mundo dos adultos ele mergulhava no mundo imaginário que criou lá a diversão era garantida e cheia de aventuras.

Lembro um pouco da minha infância completamente diferente da de hoje, fico observando a atitude das crianças aqui do bairro; tenho uma percepção melhor do "mundo delas" que é realmente muito complexo e ao mesmo tempo tão ingênuo. (crianças até 5 anos, passou dessa idade já são quase adolescentes donos de si e de suas vidas, mas inconseqüentes ao assumir seus erros).

Ser o observador é um passatempo até interessante, observar a mulher que fala ao celular com aparência de alegria que notícia será que ela recebeu? Ou está passando a notícia alegre? Ou é apenas conversa fiada?
Aquele motorista de táxi parou no sinal, está sem passageiro, franze a testa, coça a barba, Poe a mão na testa depois soca a buzina com intensidade ao ver o sinal aberto, talvez não tenha tido boas lembranças naqueles segundos, ali parado.

As crianças são em grande parte previsíveis, elas não se encapsulam mais, sem perceber tomam atitudes de adultos por vezes inconseqüentes. Em ocasiões diferentes e crianças diferentes - aconteceu de uma jogar berimbau (pedra amarrada numa linha, serve tipo como anzol de peixe, atira-se a pedra pra recuperar pipas, papagaios que foram mandados no céu e caíram em alguma casa) aqui no terreno de casa, a linha do berimbau arrebentou logo em seguida o molequinho bate a campainha e reivindica pra si a posse do papagaio e da pedra, nem precisa dizer que minha mãe ficou soltando fogo pelas ventas com a nulidade do pedido.
Outra vez foi uma pedra que mandaram e acertou o vidro da janela, o menino ainda na rua falou: fui eu porque?! - Nem precisa contar o resto.

Tem umas crianças filhas de vizinhos amigos nossos que sempre se oferecem pra ajudar minha mãe em alguma tarefa. A preferida delas é trazer aqui pra casa as compras que mamãe faz no mercadinho, sacolão, padaria aqui perto no bairro mesmo, em troca, claro, de alguma moeda em retribuição ao trabalho cumprido.
Uma menina destaca-se entre as outras crianças, com a voz macia e carinho com que trata mamãe, o pai e a mãe trabalham e ele fica com a avó ou passeando pelas casas dos tios que moram na mesma rua. De vez em quando ela para minha mãe na rua só pra conversar um pouquinho.

Um dia eu e mamãe conversando sobre as crianças, eu dizia que era puro interesse e que ela fizesse uma experiência e parasse de dar os trocados pra elas então parariam de ajudá-la, ela disse que sabia que era interesse, mas não tinha nada demais em dar as moedas.

Criança tem a mesma preocupação que Bobby e do que qualquer outro menino de sua idade, ou seja, nenhuma. Nada lhes atingem diretamente e compromissos só com a diversão às vezes são incompreendidas e por outras impulsivas demais.
E vêem as coisas e pessoas do mundo de maneira singular; dia desses eu vi minha mãe como talvez eles a vejam, não é original, contudo contei a ela e sempre rimos muito disso, talvez se víssemos as coisas como elas vêem quem sabe teríamos menos rugas, preocupações infartos e não nos sentiríamos num mundo onde o lúdico é essencial.
Essa e minha mãe, versão pedagógica.


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