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quarta-feira, agosto 17, 2005

Marcelo, marmelo martelo.

Há uns quatro meses atrás li este livro infantil homônimo ao título do post e que não me recordo o nome da autora, que trata justamente de como as crianças com toda ingenuidade se perguntam e perguntam aos outros porque os objetos têm seus respectivos nomes e como elas começam a ter contato com o meio social em que vivem.

No livro o personagem pergunta por que cadeira tem esse nome e não pente. Este foi um exemplo aleatório que dei, pois não lembro mais fielmente as indagações do personagem.
Quando estou sem fazer nada uma das coisas que me vem a cabeça de vez em quando, é justamente essas perguntas: quem deu os nomes de tudo que circula no nosso universo? Porque elas têm esses nomes?

A maioria das palavras que nomeiam os objetos que nos cercam derivam do latim que é a raiz de nossa língua. É provável que se você procurar uma palavra no dicionário encontrará seu significado e um adendo da origem etimológica. Nossa língua também sofreu influência de outras línguas; grego e as línguas germânicas e indígenas por exemplo.

Com remédios, animais, pássaros,constelações estelares (leia-se astros e estrelas), enfim tudo relacionado com descobertas feitas pelo homem. Dá para entender os nomes dados, pois são homenagens a pessoas ilustres ou feitos marcantes do homem ou ainda um detalhe que torna aquilo familiar ao nome que irá se empregar. Um exemplo disso é que se um dia você escutar que existe no céu quatros estrelas com nomes de: John, Paul, Ringo e George, não se assuste, foi a maneira que o astrônomo descobridor encontrou de homenagear os The Beatles.

Agora isso são nomes dados a nomes, quem disse que aquele pontinho luminoso no céu iria levar o nome de estrela?
Às vezes fico olhando para um pente e começo a me perguntar quem deu o nome aquele objeto de pente. Aí vejo tudo a minha volta e as perguntas são as mesmas.
Ao contrário do personagem do livro, eu já cresci e para não ser internado com problemas mentais em um hospital, tudo passa, volto a ter pensamentos de gente grande.

Ser criança é maravilhoso, é não ter compromisso com nada, comer chocolate e lambuzar a cara toda, chegar em casa chorando porque ao invés de chutar a bola chutou o asfalto. Levantar a saia da tia e ouvir o pai dizer:
_ Esse é o meu garoto!
Ou ouvir a mãe dizer:
_ Essa é a minha princesinha! Quando ela vê a menina tratando a boneca com um enorme carinho.
E sendo criança ninguém ousa dizer ou explicar com ignorância que isto não tem nome daquilo por convenção ou aquilo não tem nome disto porque desde que o mundo é mundo as coisas já vieram com este nome.
Ser criança nos possibilita desabilitar convenções com consentimento de qualquer adulto.
A sabedoria tem infantilidade e a infantilidade reserva uma certa sabedoria.
Ato de Desagravo.

O dia dos pais passou e nem escrevi uma linha sequer sobre ele, estou muito ofendido comigo.
Como diz a música ele foi herói e bandido.
Não nos abandonou ou morreu quando eu ainda era pequeno. Morreu quando eu saía da adolescência, acho que isso acelerou o processo de maturidade.
Bateu, xingou, brigou quando pode ou foi necessário em contrapartida meio bronco, deu carinho, afeto e amor na proporção de suas limitações.
Deixou um bem que ninguém tira a educação e esses ensinamentos carrego, um pouco mais aperfeiçoados, pois eles precisaram de uma esmerilada aqui e ali.
A última vez que vi papai vivo, ele já não me reconhecia, eu chorei só uma vez e de lá pra cá, ele não serve de exemplo de pai, mas serve de exemplo como ser humano, nisso ele foi imbatível.
Descanse em paz, que Deus te abençoe, papai.


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