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terça-feira, janeiro 16, 2007

Certo ou errado.

Que a língua portuguesa é uma complicação só todo mundo que lida com ela já sabe, mas a cada situação nos surpreendemos com uma ou outra palavra dentro de uma expressão que soa bem ruim aos ouvidos, aliás, ruim pronuncia-se corretamente como se estivéssemos fazendo uma separação entre sílabas, ficando então certo pronunciar certo ru-im. Isso só vem a comprovar também que a palavra escrita por vezes é diferente da pronunciada.

Nem tão recentemente ouvimos a expressão “eu repilo” pronunciado pelo “mão grande” e companheiro do presidente, um tal de Zé Dirceu.
E está certo! Eu repilo (presente do indicativo), manifestar rejeição.

Muitos anos atrás eu pronunciava “radicalidade” palavra que não existe e fui prontamente corrigido por uma ex-namorada e sempre que vou dizê-la troco por outra e lembro da ocasião.

Outra palavra que soava estranho é: “eu compito”, de competir; também presente do indicativo, ta certo! Nessa categoria de tempo verbal acha-se casa palavra que causa estranheza, mas está certo.

Outro dia corrigi um amigo que disse: “que a perca de tal material...” eu disse que o certo era perda, isso me deixou curioso e fui procurar o tempo verbal e o certo é perca mesmo.
Perda é substantivo feminino que realmente exprime um ato ou efeito de perder.
Dependendo da composição da frase ou usa-se o verbo ou se ele não aparecer pode-se colocar o substantivo.

Enfim a língua portuguesa é bem complicada e usá-la informalmente não requer requinte nenhum, ainda mais hoje que se escreve tão errado principalmente no diálogo virtual.
Acho que formar e dizer uma frase com palavras erradas dependendo da situação não tem problema nenhum, seria bom que a pessoa a fizesse intencionalmente, mas sabendo no que errou ou está errando, não para sair por aí corrigindo os outros, mas pra conhecimento próprio, nunca se sabe quando vai precisar da maneira formal de se comunicar na maneira escrita ou na falada não é!

Já disse várias vezes em diversos lugares que o importante é se fazer entender e ser entendido, mas até pra isso foram criadas regras.
Não tenho nada contra, ser compreendido é o que interessa e uso dessas facilidades da comunicação que se transforma o tempo todo, pra me fazer ser entendido. Surge a todo momento palavras criadas que definem muito bem uma situação, assim como palavras que já existem que transportadas pra uma outra situação torna o enredo até mais pomposo. Eu adoro a palavra: “caixa dois” que foi devidamente reinventada para “dinheiro não contabilizado”, isso é um show! Melhor ainda é: “dinheiro do porquinho (cofrinho) inocente”.

Quando comecei a escrever tinha em mente falar do trecho de uma música que quase a vida inteira entendi que em determinada parte da letra eu ouvia: “...Avental todo sujo de novo...” e só a alguns anos atrás descobri que na verdade é: “...Avental todo sujo de ovo...”. Ainda bem que essa descoberta não causou trauma nenhum, só espanto.

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