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quarta-feira, novembro 16, 2005

Avalista.

Vendo o filme Dona Flor e seus Dois Maridos me deparei com uma cena no mínimo folclórica: na eminência da ameaça de ter seu título de dívida protestado em cartório o personagem Vadinho diz: O avalista paga. O dono do cartório avisa que o avalista já havia recusado assumir a dívida. Em um acesso de extrema indignação Vadinho começa a discursar: Mas o que é isso onde estamos? Como um avalista não paga uma dívida? Olha eu vou dizer pro senhor uma coisa estou decepcionado, olha que escolho muito bem meus avalista e esse apronta uma dessas comigo! Escolho muito bem eles e esse fica posando de milionário fazendo viagens ao exterior ao lado de belas mulheres... mas a divida ésua! Concordo, mas pra que serve o avalista? Vou ter de protestar o título. Faça isso, proteste, aí a justiça obriga o avalista a pagar senão ele vai preso. É bom assim mais um caloteiro será tirado das ruas. Vadinho pega seu chapéu e sai com o olhar atônito e de boca aberta do dono do cartório.

Claro o diálogo é quase esse não reproduzi fielmente, até porque fica melhor rebuscar as lembranças do fato ocorrido, mas não imprimi nenhum exagero. Essa cena em particular poderia ser pinçada do filme que não alteraria nada seu enredo, ela não liga nada a nada, simplesmente dá a pessoa que vê a noção de como funciona a mente do malandro do filme. Um cara que tem uma porção de defeitos, mas raciocina diferente não tem escrúpulos, no entanto tem ética uma ética um tanto quanto distorcida, uma moral descabida, porém com um certo sentido.

Não estou fazendo sinopse e nem crítica até porque não sei fazer isso de um filme, minha opinião é completamente leiga.
Esse caso do avalista trago pro nosso cotidiano, ninguém gosta de avalizar negócios de outra pessoa seja ela quem for. É raro acontecer isso, quando acontece o avalista éparente direto do avalizado ou tem grandes interesses futuros nesse favor.

Até hoje nunca precisei de avalista nem de financiamentos e etc., mas já ouvi alguns comentários de pessoas dizendo que não faz isso porque já aconteceu de tomar calote, não faz porque já é avalista em outro negócio... não tiro as razões de ninguém. Hoje em dia muitos negócios só são concretizados na base do aval de outrem, é garantia de negócio concluído. Com muitos exageros a imposição de um avalista é muito complicado, um exemplo: certas faculdades impõe o dispositivo do aval para concretizar uma matrícula na instituição. Imagina você passar quatro anos sabendo que só está dando prosseguimento ao curso porque um amigo, parente etc. estálhe proporcionando as garantias exigidas no contrato.

Depender de alguém é muito ruim seja pro que for, você fica com um vínculo de quase subserviência a outra pessoa, seja seus parentes mais próximos, aquele invólucro ao qual você está écada vez mais apertado e no fim a marca do beneficio concedido é de alguma maneira sempre lembrado. E ser avalista deve ser em certas situações um pouco desconfortável, ter de arranjar sempre uma maneira de fazer visitas incertas pra com desculpa de saber como andam as coisas, saber se alguém perdeu o emprego se o salário aumentou enfim saber se a pessoa continua tendo como honrar o contrato.
A pessoa sendo inescrupulosa e é o que mais se tem visto por aí é que mancha a honestidade de outras, sempre há casos de calotes e não precisa ser na base do aval; é cheque sem fundo, cartão estourado, limite do cheque já foi proespaço... agora viver em um país onde o arrocho é cada vez maior, dívida pública e externa impagáveis, salário minguado e o governo ainda vem com papo de a economia estar blindada, ela só estáassim por unicamente estarmos vivendo num miserê danado.

Ninguém merece levar calote de ninguém, mas também não está no controle de ninguém prever um calote iminente, existe gente séria e cumpridora dos deveres. Mas em relações comerciais não existe mais o peso da palavra empenhada, tudo se distorceu e mercadoria vai, mercadoria vem... é o comércio que não para a locomotiva da economia, as vezes me sinto como a água da caldeira outra vezes como a madeira da fornalha, isso é coisa do passado, hoje éeletricidade ou diesel, contudo a ebulição é a mesma.

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