Perácio foi ao casamento de um de seus melhores amigos. Com muita relutância, afinal ele estava vendo com o passar dos tempos todos seus amigos se casando. E ele sendo o único sem namorada e nenhuma perspectiva de casar pelos próximos dois anos.
É dois anos é um tempo bem razoável pra namorar, noivar e casar, esse amigo que estava casando namorou, noivou e casou em oito anos. É, pra quem estava no sufoco, dois anos estava no limite de segurança.
Ele queria repetir a estória de seus pais e de muitos casais que estavam casados a mais de quarenta anos, e tudo dependia de um namoro estável, com muito amor e confiança mútua.
Perácio beirava os trinta anos e sentia que já estava na hora de constituir família, constituir... essa palavra estava ultrapassada, Perácio enfim sentiu definitivamente, estava ficando velho! ? Constituir, é só velho que diz isso! ? tinha um emprego modesto; fez faculdade de engenharia de minas, mas trabalhava como fiscal sanitarista, foram as vantagens de um emprego público que o levara a atuar em uma área tão diferente de sua formação acadêmica.
No dia do casamento se seu amigo, sentiu algo diferente em relação a seus dois amigos que naquele momento estavam se casando, a mulher também era sua amiga, afinal na época em que seu amigo a conhecera ele estava presente na hora das apresentações e depois com o passar do tempo eles criaram laços de amizade. Naquele momento ele sentia ? perdi dois amigos! ? essa sensação pesava sobre sua cabeça e ele não tinha nem idéia de onde ela vinha.
Só o futuro lhe diria.
O casamento na igreja fora muito deslumbrante, com toda pompa e requinte que a ocasião solicitava, nada de diferente até aí. Depois do ?sim? dos dois e do ?até que a morte os separe?, sorrisos, luzes, flashes e arroz; os convidados seguem para a recepção que começa logo em seguida.
Perácio chega no local uns trinta minutos depois de sair da igreja e se assusta, pois há muito mais gente aonde é oferecida a recepção do que havia na igreja ? esse povo veio participar só da ?boca livre?! ? o pensamento domina sua mente enquanto bebe um vinho em uma taça.
Alguns amigos não puderam vir, ele nota esse detalhe o tempo passa, enfim tem a oportunidade de cumprimentar a noiva, ele a olha, mas com lascívia, pois o primeiro detalhe que vê é seu decote desnudando seu colo, macio e acolhedor, uma pinta ? isso eu não tinha visto! Meu Deus que eu estou fazendo! ? ela nota e ajeita o que não tem jeito, eles conversam, seu amigo e agora marido dela chega e resta apenas uma idéia nada original, a foto.
Depois da foto, eles partem para dar atenção a outros convidados. Perácio ainda sem entender sua atitude perante sua amiga, conversa com várias outras pessoas, a temperatura está quente, o paletó de seu terno sufoca-lhe um pouco e resolve afrouxar o nó da gravata. Duas horas depois da sua chegada, Perácio sente que já é hora de ir, o caminho da saída é longo, pois várias pessoas conhecidas cruzam seu caminho e as despedidas prolongam-se, enfim a família do noivo e logo a seguir a da noiva ? pronto! Já posso sair sem ser grosseiro com ninguém. ? mais uma vez a visão da noiva lhe atormentava, mas os olhos só buscavam o rosto dela e nada mais, uma última reparada no vestido e só. Dentro do carro, ele acelera e vinte metros depois pára, uma sucessão de assovios chamam sua atenção e o faz parar.
Simplesmente esquecera de despedir-se de seu amigo, o noivo. Uma breve conversa e uma despedida profunda com o olhar. Em muitos anos de amizade eles adquiriram uma sinergia de ações e olhares que diziam o que não necessariamente precisariam falar.
No som do carro toca Kitaro, excelente pra meditação dele e organização de tudo que acontecera.
Carro na garagem, pijama no corpo, copo de chá de maçã, um livro de poemas na cabeceira da cama, um filme pra assistir no vídeo, na tv uma reprise de um documentário sobre hooligans e na mente de Perácio um pensamento ? perdi definitivamente minha grande paixão! Ela fez sua escolha e será que ela contará a ele a estória que envolve o filho que ela espera?
É dois anos é um tempo bem razoável pra namorar, noivar e casar, esse amigo que estava casando namorou, noivou e casou em oito anos. É, pra quem estava no sufoco, dois anos estava no limite de segurança.
Ele queria repetir a estória de seus pais e de muitos casais que estavam casados a mais de quarenta anos, e tudo dependia de um namoro estável, com muito amor e confiança mútua.
Perácio beirava os trinta anos e sentia que já estava na hora de constituir família, constituir... essa palavra estava ultrapassada, Perácio enfim sentiu definitivamente, estava ficando velho! ? Constituir, é só velho que diz isso! ? tinha um emprego modesto; fez faculdade de engenharia de minas, mas trabalhava como fiscal sanitarista, foram as vantagens de um emprego público que o levara a atuar em uma área tão diferente de sua formação acadêmica.
No dia do casamento se seu amigo, sentiu algo diferente em relação a seus dois amigos que naquele momento estavam se casando, a mulher também era sua amiga, afinal na época em que seu amigo a conhecera ele estava presente na hora das apresentações e depois com o passar do tempo eles criaram laços de amizade. Naquele momento ele sentia ? perdi dois amigos! ? essa sensação pesava sobre sua cabeça e ele não tinha nem idéia de onde ela vinha.
Só o futuro lhe diria.
O casamento na igreja fora muito deslumbrante, com toda pompa e requinte que a ocasião solicitava, nada de diferente até aí. Depois do ?sim? dos dois e do ?até que a morte os separe?, sorrisos, luzes, flashes e arroz; os convidados seguem para a recepção que começa logo em seguida.
Perácio chega no local uns trinta minutos depois de sair da igreja e se assusta, pois há muito mais gente aonde é oferecida a recepção do que havia na igreja ? esse povo veio participar só da ?boca livre?! ? o pensamento domina sua mente enquanto bebe um vinho em uma taça.
Alguns amigos não puderam vir, ele nota esse detalhe o tempo passa, enfim tem a oportunidade de cumprimentar a noiva, ele a olha, mas com lascívia, pois o primeiro detalhe que vê é seu decote desnudando seu colo, macio e acolhedor, uma pinta ? isso eu não tinha visto! Meu Deus que eu estou fazendo! ? ela nota e ajeita o que não tem jeito, eles conversam, seu amigo e agora marido dela chega e resta apenas uma idéia nada original, a foto.
Depois da foto, eles partem para dar atenção a outros convidados. Perácio ainda sem entender sua atitude perante sua amiga, conversa com várias outras pessoas, a temperatura está quente, o paletó de seu terno sufoca-lhe um pouco e resolve afrouxar o nó da gravata. Duas horas depois da sua chegada, Perácio sente que já é hora de ir, o caminho da saída é longo, pois várias pessoas conhecidas cruzam seu caminho e as despedidas prolongam-se, enfim a família do noivo e logo a seguir a da noiva ? pronto! Já posso sair sem ser grosseiro com ninguém. ? mais uma vez a visão da noiva lhe atormentava, mas os olhos só buscavam o rosto dela e nada mais, uma última reparada no vestido e só. Dentro do carro, ele acelera e vinte metros depois pára, uma sucessão de assovios chamam sua atenção e o faz parar.
Simplesmente esquecera de despedir-se de seu amigo, o noivo. Uma breve conversa e uma despedida profunda com o olhar. Em muitos anos de amizade eles adquiriram uma sinergia de ações e olhares que diziam o que não necessariamente precisariam falar.
No som do carro toca Kitaro, excelente pra meditação dele e organização de tudo que acontecera.
Carro na garagem, pijama no corpo, copo de chá de maçã, um livro de poemas na cabeceira da cama, um filme pra assistir no vídeo, na tv uma reprise de um documentário sobre hooligans e na mente de Perácio um pensamento ? perdi definitivamente minha grande paixão! Ela fez sua escolha e será que ela contará a ele a estória que envolve o filho que ela espera?
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