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quinta-feira, junho 09, 2005

Plebiscito de fuga.

No último feriado, aqui em bh foram mortas 28 pessoas vítimas de homicídio. Ao escutar esta noticia lembrei que um rapaz aqui da rua fazia parte desta estatística. O motivo foi um dos mais comuns nos dias de hoje, aliás soa estranho dizer que homicídio seja comum, mas é verdade incomum é achar alguém que não tenha sido vitima de algum tipo de violência.
da polícia, bandidagem dentro e fora dela, corrupção dos legisladores, impunidade, a indústria do prende e solta, lentidão do julgamento dos processos... são tantas as insatisfações que o cidadão comum tem e o pensamento que a única defesa que dispomos é o medo, medo de ter uma arma e ainda por cima fazer uso dela.
Medo que faz que mudemos rotinas e hábitos costumeiros; grades nos portões, portas, e janelas da casa, cercas elétricas, alarmes nas casas e carros e isso pra quem tem como pagar, é a chamada segurança complementar.
E para a maioria dependente do poder público, resta chegar cedo em casa ou seja tentar não permanecer até altas horas da noite na rua. Trocar costumes diários pela síndrome do pânico coletivo a medida que se sabe que o perigo possa estar na próxima esquina.
É muito ruim vivermos nesta tensão, mas não tem outro jeito, o crime é organizado é aprende com seus erros, se aperfeiçoando cada vez mais, seja o criminoso assumido, aquele das classes mais pobres, seja o criminoso sofisticado das classes ditas elevadas. O bandido seja qual for, ele conta com as facilidades para cometer o delito.
O crime se reorganiza de acordo como ele é combatido e assim enquanto quem o combate atua e se municia sempre com os mesmos instrumentos os bandidos importam conhecimentos, táticas e armamentos muito mais sofisticados. Eu posso até estar dizendo besteira, mas de que adianta desarmar parte voluntária da população que entrega armas e rifles de pequeno calibre sendo que bandido usa armas automáticas, granadas e armamento exclusivo militar; quando usam uma arma para assaltos pequenos elas foram fornecidas pela parte podre da policia ou mesmo compradas legalmente em países vizinhos que não tem legislação proibitiva nenhuma que impeça esse comércio.
Haverá plebiscito para saber a opinião da população sobre o desarmamento, o objetivo é acabar com o comércio de armas de fogo no Brasil. Do jeito que tudo está quem tem arma legalizada se sente protegido com uma arma dentro de casa. Como comparação grosseira é o típico caso de uma pessoa que não tem medo de viajar de avião, desde que o piloto seja ela. Com uma arma é mais ou menos parecido se ela estiver na sua mão está tudo sob controle.
A competência é do governo retirar armas clandestinas de circulação e isso ele não faz e parece que está despreparado para faze-lo.
Depois que as pessoas viraram estatísticas a vida e outras tantas coisas se banalizaram acontece que o ?motoca? apelido que eu coloquei no tal rapaz pois além de conhece-lo há algum tempo ele morava na rua em que moro e sempre que passava pela rua, emitia um som parecido com uma moto, foi assassinado. Tudo bem que o motivo foi acerto de dívida de drogas, mas a dívida era do irmão, apesar dele assumidamente usar também drogas.
Quem sofre com isso é a mãe que perdeu um filho para as drogas e para o crime.
O plebiscito do medo é isso, se desarmar para que haja uma suposta margem de declínio nos crimes a mão armada. Se bobear, bandido além de enfrentar a policia com fuzil como de hábito faz também o usará contra o cidadão.
As fronteiras serão nossa salvação ou fiscalizam elas ou será nossa rota mais provável rota de fuga.

Dica pra ouvir: The Cranberries - Free to Decide

Postado no Weblogger

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