De cotovelos na janela aquela senhora observa o movimento na rua, a mesma coisa faz aquele senhor enrolando um cigarro de palha. Situação comum no interior de algumas cidades durante algumas décadas do século passado.
Saber da vida alheia já era uma realidade muito antes de se criar o mundo virtual, esse fascínio por saber da intimidade da vida dos outros é exercido a pleno vapor pela curiosidade humana.
Deve existir muitos trabalhos tentando ou até mesmo conclusivos em explicar porque as pessoas se preocupam em observar umas as outras.
Como animal (nem sempre) racional que é o ser humano só enjaula os indivíduos marginais da sociedade, mas não é interessante filmá-los e observar seu comportamento, nem usá-los como cobaias em experiências a lá Menghele. Os direitos humanos só humanizam a face da pior escória banditista.
Antes era assistir alheia e aleatoriamente o comportamento das pessoas agora esse hábito antigo e interiorano adquiriu um novo modelo. É essencialmente necessário observar as pessoas para proteção do patrimônio público e particular através de câmeras de vigilância, ruas, condomínios, lojas, bancos, clubes tudo pode ser alvo de um olhar eletrônico.
O que era realidade no interior virou ficção nos livros, cinema e voltou a ser real no mundo moderno e metropolitano, nas ruas, ambientes de concentração pública, do alto satélites quando acionados esmiúçam com precisão uma área com algumas quadras, localizando qualquer ponto.
Agora esse filão já é explorado com muito sucesso pela tv nacional e internacional, tudo escancarou de vez “pode expiar à vontade”, como entretenimento não tem originalidade nenhuma, observar o que antes só era visto reservadamente tem um apelo chamativo e de recompensa igual a de um cubo de açúcar pra cavalo ou um biscoitinho canino, nunca provei mas os bichinhos adoram. Assim como o bichinho humano.
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