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quarta-feira, janeiro 11, 2006

Disfarça e delira.

É uma maravilha! Começou o programa de maior entretenimento da atualidade, doze participantes e vaga pra dois legítimos representantes do povão, os doze já sorteados, digo escolhidos, definitivamente não tem nada de comum com a população brasileira nem a participante afro-descendente que nega a herança genética capilar e para se parecer com as branquelas, repuxa, estica e puxa a pelagem capilar. Depois o que há de mal nisso? Ela évaidosa e pronto! A moda hoje é chapinha ou seja lá que nome se dá aquilo.
É no mínimo interessante o que acontece hoje as mulheres de cabelo duro ou próximo querem ter o cabelo lisinho e lisinha fica é a cabeça dos homens de cabelo duro ou em processo de acelerado de calvície.

"Patricinhas e mauricinhos" falam mais de uma língua, são: modelos, manequins, aprendizes de atores, viajados, descolados, muito provavelmente participantes de comunidades de relacionamento do tipo: "pegadores e pegadoras". Lindas loiras que pintam a raiz do cabelo de preto, lindas de cabelos pretos mesmo ou que estão em mutação, nem amarelo nem preto. Corpos esculturais, malhados na academia ou na clínica de cirurgia plástica.
Rapazes morombeiros, puxadores de ferro ou simplesmente alimentados com o leite Muscilon que a mamãe prepara, todos até agora abaixo dos trinta anos de idade. A exceção dessas características estão três ou quatro participantes.

Todos buscando um prêmio milionário, mas isso é o menos importante, o que importa são os dividendos que virão provenientes da exposição pública e gratuita. Pra uns vai ser um trampolim, decolagem definitiva para o sucesso de plástico, pra outros vai ser o caminho mais rápido para decadência e conseqüentemente queda pro ostracismo.

Festinhas, mordomias, casa, comida e roupa lavada e passada (as roupas das várias festinhas temáticas), ver aquilo é uma agressão, pois quarenta milhões de brasileiros não tem nem o que comer direito, uma parte em situação melhor um pouquinho tem como diversão ir a parques públicos ver a natureza com um salário mínimo de renda ir ao cinema só por luxo.

Eu era fã do programa No Limite, todos entravam gordinhos e corados e depois de um mês estavam pálidos e esquálidos. Esse era um programa real, sem mordomias, aliás, as poucas vezes em que um participante era contemplado com algum benefício era ocasião de soltar fogos e se esse benefício fosse um jantar decente era motivo pra se lamber até a borda da mesa. Quem participava era levado a sua condição mais bárbarae assim como em Roberto Jefferson, eram despertados os sentimentos mais primitivos. A privação de sono e dos sentidos fazia um ser humano diferente despertar, ter de tomar um banho muito tosco e ter de fazer as necessidades fisiológicas na "casinha", ali num banheiro improvisado não era nada humilhante, humilhante é roubar e ter de carregar o produto na cueca.
Comer iguarias de culinárias de paises exóticos, não era nada nojento se pensarmos que nesses paises aquelas iguarias não matam ninguém, nem dá nó nas tripas é um banquete só.

O povo adora esse espetáculo, grita, vibra, xinga, comenta, elege seus mocinhos e mocinhas, assim como seus vilões. É uma novela sem enredo ele é construído na base na conveniência e convivência, novela sem roteiro, sem rumo, sem sentido. Quem está ali sabe que está sendo filmado e mesmo assim age como o esperado, mostra-se um ser humano cheio de falhas e pronto a dar vexames suas belezas interiores e exteriores se apresentam despidas de mascaras. O ser humano não é confiável 100%.

Qualquer dia eu me acabo numa tv a cabo, então disfarça e delira o espetáculo da picaretagem está no ar.

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