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segunda-feira, junho 27, 2005

Será que vale a pena mais dar do que receber?

Post Comunitário da Micha. Acontece assim ela propõe um tema (desta vez a Paty sugeriu o tema) a participação é livre.
Hoje o tema é:

Será que vale a pena mais dar do que receber?

É uma pergunta que vale tanto para reflexão como para ação prática, das duas maneiras então há que se praticar para saber.
Para avaliar se vale mais dar do que receber é preciso pensar na reciprocidade não como regra, e sim como bom senso. Até pelo fato de que se acumularmos tudo, não haverá espaço para se guardar algo recebido.
É uma pergunta que nos remete a outras interrogações, qual o verdadeiro intuito de quem se faz uma pergunta dessas? Talvez para avaliar se tem dado tanto ultimamente que o estoque está acabando e o pavor em sentir que a pessoa que está recebendo possa se afastar, pois foi só por puro interesse dos agrados que recebe é que ela se mantém por perto, isso pode levar a pessoa que dar ficar preocupada.
Talvez tenha muito para dar e não distribui a ninguém, assim sendo pesa uma culpa pelo egoísmo e falta de desprendimento, quem sabe assim ela chegue a conclusão do por que as pessoas a evitam. Podem ser que essa culpa não exista pois ela é avarenta mesmo.
Temos tantas coisas para dar, umas nos acompanham outras adquirimos, ás vezes nem temos noção do tanto que damos e que recebemos.
Damos tantas coisas a quem gostamos e escondemos outras só por não gostarmos de partilhar.
Coisas materiais tem um valor então damos para pessoas muito próximas, e se elas tiverem pouco valor distribuímos á vontade.
Se formos para o lado sentimental aí que se complica, pois temos muitos sentimentos para dar e podemos dá-los infinitas vezes a todas as pessoas que conhecemos, para cada pessoa a um diferente para ser dado, eles nunca se esgotam.
Enfim tem gente que dá demais, tem gente que recebe demais, e tem quem não da e nem recebe. Seja o que for que é dado já se foi e não tem mais volta.
Quem avalia se vale mais à pena dar mais do que receber é quem não recebeu nada, talvez porque nunca tenha dado nada de coração, talvez tinha recusado coisas ofertadas com muito amor.

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quarta-feira, junho 22, 2005

Senta que lá vem estória.

Quem pegou meu bife?

Credison Carlos, operário da construçao civil, casado, pai de seis filhos. Dois do primeiro casamento e os outros quatro do segundo. Morador de um bairro na periferia de Belo Horizonte. Em uma casa de dois quartos, alugada, mora junto com a mulher os seis filhos; cria dois canários um belga e um pastinha, uma maritaca maracanã dois cachorros vira-latas o Célio e o Valter, gatos tem uns cincos dois de criação e três rotativos, pois criar gatos em periferia e soltos não é muito fácil. Gato é um bicho independente ele se afeiçoa ao local ao dono ele não da muita importância.
A menina mais velha uma moça de 17 anos a Creidi está grávida e espera o primeiro filho que provavelmente irá nascer no fim do verão ela não sabe direito não fez o pré-natal e nem ultra-som, o pai um malandro lá da boca tem meia dúzia de filhos espalhados pelo mundo nem se da conta de que mais este que está por vir ao mundo. Já cumpriu pena por pequenos delitos, mas nunca foi pego pelos roubos a mão armada e pelo tráfico que comanda no morro.
Claudiane, Clênia trabalham em casa de família, Clodomílsom, Clodivaldo, largaram a escola e empinam, pipa o dia interiro, Cleudistom e Credisom Júnior muito pequenos ainda brincam dento de casa.
A primeira esposa de Credisom Carlos, ganha a vida como prostituta atendendo clientes na boate Soluar na zona oeste da cidade.
A atual mulher dele lava e passa roupas pra fora e com o pouco dinheiro que ganha paga um curso de tapeçaria, onde espera aumentar os lucros tecendo em vendendo os tapetes.
Credisom Carlos, nasceu na zona da mata e aos 28 anos depois de ter sido chapa de caminhão boa parte da vida, resolveu vir para a cidade grande tentar a sorte, trabalhou de empacotador de supermercado, flanelinha, vendedor ambulante e depois foi ser servente de pedreiro, profissão na qual ele conseguiu um emprego na construção civil.
Todos os dias levanta às cinco horas da manhã para pegar serviço às sete e meia largando as cinco da tarde. De casa para o trabalho do trabalho pra casa ao todo são quatro conduções que ele pega e nesses horários os ônibus estão sempre lotados é um alívio sempre que ele desce de um desses ônibus assim pode respirar melhor sem aquele empurra empurra dentro do lotação.
Todas as noites sua mulher já deixa a janta pronta pra que no dia seguinte possa fazer a marmita que seu marido sempre leva para o trabalho. Nos últimos tempos a vida não anda muito bem para a família e com o nível de vida lá no chão a alimentação tem deixado um pouco a desejar, tem dias que na marmita só entra o que tem ou seja nos últimos tempos o velho arroz com feijão é o cardápio único na marmita de Credisom Carlos.
Depois de ficar quase um ano na obra de um edifício na zona leste, agora é na zona sul que ele está trabalhando, quase os mesmos horários e sempre as mesmas quatro conduções ele sempre pensa: ?esse metrô de Belo horizonte não fica pronto nunca!? ao menos se terminassem as obras ele ficaria mais perto da onde moro eu economizaria pelo menos uma passagem e ganharia mais tempo no trajeto, teria que fazer uma caminhada de dez minutos, mesmo assim ainda economizaria meia hora nesse deslocamento todo.
Acontece que um determinado dia tendo que pegar sempre o ônibus linha 3002 que o levaria até o local da obra ? ele vestindo uma camisa do palmeiras muito desbotada e ultrapassada, sempre com o suor escorrendo pelo rosto e axilas empapadas dele causava náuseas nos passageiros do ônibus que já sabiam que naquele horário em sua maioria a lotar ônibus era de peões de obra que iam para alto da Avenida Afonso Pena, pois naquela região se concentrava o maior número de obras em andamento na capital mineira.
Credisom Carlos nem se dava conta do odor fétido que exalava e ainda estanhava por que as pessoas procuravam manter distância dele. Em um solavanco brusco devido a uma freada que o motorista do ônibus dera para não atropelar um pedestre que ignorara o sinal e atravessara a frente ônibus. A mochila de Credisom Carlos que já estava com o zíper estourado, deixara escapulir a marmita, que ao bater no chão abre-se deixando seu conteúdo rolar por sobre o piso do ônibus: arroz grudado, e um pedaço de angu com um pé de galinha fincado nele. Ao ver essa tragédia toda Credisom Carlos mais que depressa com a vergonha tamanha pela revelação inoportuna do que seria seu almoço não se deixa abater com altivez e firmeza aos brados ele grita: cadê meu bife? Quem pegou meu bife? Me dêem conta dele!

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sábado, junho 18, 2005

Batata quente da música.

Recebi da querida Micha, e fui pego de surpresa, pois ainda não sabia da brincadeira e agradeço a Micha por lembrar e me indicar.


a) Quantos gigabytes usados com música: 15GB



b) Último CD que comprei: Há tempos não compro CD, lembro de um da Janis, e já faz anos.


c) Música tocando no momento: You Had Me ? Joss Stone.


d) Cinco músicas que tenho escutado bastante:

  • The Memory Remains (Metallica)
  • Cigaro (System Of A Down)
  • Time After Time (Dani Carlos)
  • Jéssica (Allman Brothers Band)
  • Nós (Cássia Eller)




    e) 5 pessoas pra passar a batata quente: Não tenho certeza se irão topar brincar, mas...
  • Chris
  • Kicca
  • Cronos
  • Tiago
  • Érica

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  • sábado, junho 11, 2005

    O que você acha do dia dos namorados?

    Post Comunitário especial: Dia dos Namorados, quem quiser participar clique aqui e saiba mais detalhes, a participação é livre.
    Hoje o tema é:

    O que você acha do dia dos namorados?

    Como qualquer data festiva com comemorações, em particular eu acho essa data plural. Sempre irá haver novos namoros para se comemorar, no sentido de términos e recomeço, além do primeiro namoro. O amor que é propalado hoje, amanhã já não tem mais sentido, quando o que vale é namorar e namorar até definitivamente achar alguém para dividir os mesmos sonhos que se espera concretizarem.
    O romance é reverenciado neste dia e em todos os outros dias do ano; mais uma data para fazer a alegria do comércio, dos vendedores, afinal o amor virou moeda de troca também compra-se presentes para agradar e usa-se também como intimidação sentimental. O essencial todos os enamorados já detém o amor com ternura dado a pessoa amada.
    Namorados trocam mais juras de amor e presentes, casais casados ou não, reforçam o eterno enlace e usam o dia dos namorados para dizer que apesar de casados também estão em constante namoro.
    Quando começa o namoro habitualmente espera-se que ele termine no altar, isto depois de um longo ou curto período de conhecimento mútuo, para se saber as afinidades, as divergências e convergências de opiniões, costumes, enfim saber se as idéias estão sintonizadas.
    O casamento em minha opinião é uma instituição falida, casa-se por mera convenção. Ele começa no altar e termina depois que inventaram o divórcio. Nem sempre é assim. Ainda hoje existem casamentos duradouros. O amor é a base, alicerce de uma relação que preferencialmente espera-se que dê certo.
    O casamento não saiu de moda ele é a moda de pessoas que talvez há tempo não entram numa igreja por causa da famosa ?falta de tempo? e ainda pensam que ela só serve para realizar casórios. Por ser simplesmente isso a magia deixa de ter seus encantos, e por esses desencantos criou-se a união estável que no fim é a mesma coisa, o que difere é o compromisso que é informal.
    Inventaram também o ?ficar?, que é um descompromisso com o outro, é simplesmente uma vontade de aumentar o currículo amoroso, não significa sentimentalmente quase nada também, nem é um pré-namoro.
    Depois desta provável amargura toda, mas que não deixa de ter um fundo de verdade, o importante é namorar, casar, beijar na boca e ser feliz. Se nada disto der certo da primeira vez o importante é continuar tentando afinal temos a capacidade de continuar experimentando e tentando sempre.
    No dia dos namorados gaste seu dinheiro demonstrando amor à pessoa que ama, gaste o próprio amor que é de graça, gaste seus melhores sentimentos; invista tudo que puder e dispuser, só não deixe de amar a si próprio acima de tudo.

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    quinta-feira, junho 09, 2005

    Plebiscito de fuga.

    No último feriado, aqui em bh foram mortas 28 pessoas vítimas de homicídio. Ao escutar esta noticia lembrei que um rapaz aqui da rua fazia parte desta estatística. O motivo foi um dos mais comuns nos dias de hoje, aliás soa estranho dizer que homicídio seja comum, mas é verdade incomum é achar alguém que não tenha sido vitima de algum tipo de violência.
    da polícia, bandidagem dentro e fora dela, corrupção dos legisladores, impunidade, a indústria do prende e solta, lentidão do julgamento dos processos... são tantas as insatisfações que o cidadão comum tem e o pensamento que a única defesa que dispomos é o medo, medo de ter uma arma e ainda por cima fazer uso dela.
    Medo que faz que mudemos rotinas e hábitos costumeiros; grades nos portões, portas, e janelas da casa, cercas elétricas, alarmes nas casas e carros e isso pra quem tem como pagar, é a chamada segurança complementar.
    E para a maioria dependente do poder público, resta chegar cedo em casa ou seja tentar não permanecer até altas horas da noite na rua. Trocar costumes diários pela síndrome do pânico coletivo a medida que se sabe que o perigo possa estar na próxima esquina.
    É muito ruim vivermos nesta tensão, mas não tem outro jeito, o crime é organizado é aprende com seus erros, se aperfeiçoando cada vez mais, seja o criminoso assumido, aquele das classes mais pobres, seja o criminoso sofisticado das classes ditas elevadas. O bandido seja qual for, ele conta com as facilidades para cometer o delito.
    O crime se reorganiza de acordo como ele é combatido e assim enquanto quem o combate atua e se municia sempre com os mesmos instrumentos os bandidos importam conhecimentos, táticas e armamentos muito mais sofisticados. Eu posso até estar dizendo besteira, mas de que adianta desarmar parte voluntária da população que entrega armas e rifles de pequeno calibre sendo que bandido usa armas automáticas, granadas e armamento exclusivo militar; quando usam uma arma para assaltos pequenos elas foram fornecidas pela parte podre da policia ou mesmo compradas legalmente em países vizinhos que não tem legislação proibitiva nenhuma que impeça esse comércio.
    Haverá plebiscito para saber a opinião da população sobre o desarmamento, o objetivo é acabar com o comércio de armas de fogo no Brasil. Do jeito que tudo está quem tem arma legalizada se sente protegido com uma arma dentro de casa. Como comparação grosseira é o típico caso de uma pessoa que não tem medo de viajar de avião, desde que o piloto seja ela. Com uma arma é mais ou menos parecido se ela estiver na sua mão está tudo sob controle.
    A competência é do governo retirar armas clandestinas de circulação e isso ele não faz e parece que está despreparado para faze-lo.
    Depois que as pessoas viraram estatísticas a vida e outras tantas coisas se banalizaram acontece que o ?motoca? apelido que eu coloquei no tal rapaz pois além de conhece-lo há algum tempo ele morava na rua em que moro e sempre que passava pela rua, emitia um som parecido com uma moto, foi assassinado. Tudo bem que o motivo foi acerto de dívida de drogas, mas a dívida era do irmão, apesar dele assumidamente usar também drogas.
    Quem sofre com isso é a mãe que perdeu um filho para as drogas e para o crime.
    O plebiscito do medo é isso, se desarmar para que haja uma suposta margem de declínio nos crimes a mão armada. Se bobear, bandido além de enfrentar a policia com fuzil como de hábito faz também o usará contra o cidadão.
    As fronteiras serão nossa salvação ou fiscalizam elas ou será nossa rota mais provável rota de fuga.

    Dica pra ouvir: The Cranberries - Free to Decide

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    segunda-feira, junho 06, 2005

    Você já cuspiu pra cima?

    Post Comunitário da Micha.
    Acontece assim ela propõe um tema quem quiser participar clique aqui e saiba mais detalhes, a participação é livre.
    Hoje o tema é:

    Você já cuspiu pra cima?

    A estranheza do tema torna-se compreensível depois de se explicar que trata-se de uma maneira de dizer da pessoa que faz, diz algo que pode-se arrepender ou se arrependeu. Do famoso bate e volta, ação e reação. Da frase: Ah, se arrependimento matasse! Pois é, é dando que se recebe, quem planta chuva colhe tempestade e por aí vai.
    Dizemos coisas que nem sempre gostaríamos de ter dito e somos senhores dos efeitos de atos e ações que tomamos em nossas vidas; mais ninguém pode receber a paga pelo que de bom ou ruim dizemos.
    O entendimento do tema nos remete a refletir no que de ruim dizemos pra outra pessoa e como o mundo dá voltas podemos vir a necessitar de alguma coisa desta pessoa. Mas porquê especificamente desta pessoa? Uns acreditam em karma, outros em destino e outros em expiação, etc.
    Particularmente arrepender-me de dizer ou fazer algo, até hoje não me arrependi. No entanto na minha convivência familiar nunca me dei bem com meu irmão desde que éramos pequenos. Mínimos atritos, brigas e até um tempo sem conversar, rendeu uma dificuldade de relacionamento com ele.
    E quem é mais próximo de nós se não os familiares? Daí a necessidade de se cultivar a união com quem nos é mais íntimo: a família.
    O aprendizado na infância, a rebeldia na adolescência e o amadurecimento na juventude. Todos esses processos são acompanhados por nossos familiares, nossos irmãos, primos e amigos, que se tornam os melhores confidentes de toda uma reformulação biológica que procede na nossa vida.
    Depois, já adultos com toda essa carga de ?amadurecimento laboratorial? pela qual passamos quando jovens, estamos preparados para viver em grupo ou seja na sociedade. Vez por outra as atribulações e desgastes com outras pessoas faz com que tomemos atitudes enérgicas, porém em médio prazo precipitadas, não somos ilhas necessitamos de amizade, coleguismo, fraternidade... amor.
    Com meu irmão faltou tudo isso. E hoje já adultos, a falta de entrosamento e muita comunicação causou um pequeno abismo entre nós. De uns anos pra cá passei a precisar muito dele em diversas ocasiões, então vi ele me auxiliar com um sorriso amarelo; durante um tempo e depois disso ensaiamos nas aparências os irmãos firmes e apegados que nunca fomos.
    Com outras pessoas não lembro de nenhum caso nesse aspecto de dizer coisas que me levariam ao arrependimento e por fim ter de voltar atrás em um argumento e mesmo vir a precisar de alguma ajuda em qualquer sentido. Procurei sempre plantar frutos bons e agora sempre colho também coisas boas, sendo assim aprendi que se falamos algo de ruim pra alguém não estaremos só magoando poderemos estar fechando portas e janelas da boa convivência. Claro arrepender-se pedir desculpas é sempre usado por mim, mas em ocasiões distintas, na maioria não para consertar um erro e sim reconhecer falhas.
    No titulo do tema de hoje lembrei foi dos meninos no colégio, literalmente fazerem isso: ?cuspir pra cima?, só que o objetivo era apanhar de volta dentro da boca a porcaria que acabara de ser feita, e nós bobos, achávamos graça. Hoje vejo essa brincadeira nojenta que nunca fiz e muitos outros também não, como uma seleção de futuros empreendedores. Quem tem a coragem de se arriscar, mesmo que pra isso corra o risco de se molhar com sua própria saliva? Na vida fazemos coisas que definem nossa personalidade no futuro e quando o futuro torna-se o presente não é mais tempo de arriscar, de escolher; o tempo se torna exíguo. O preço que se paga é muito alto do que apenas se molhar e ficar emporcalhado.

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