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segunda-feira, janeiro 31, 2005

você, sente saudade de quê?

Como tema proposto pela Micha e prontamente aceito por mim, saudade nos remete sempre as épocas áureas de nossas vidas.
Eu gostei de poder rememorar, de mexer no baú, na caixinha de jóias que é nossas vidas, um verdadeiro relicário.
Bem de tudo aquilo que nos alicerçou e continuará sempre nos tornando peças únicas no tabuleiro da vida.
Embarque você nesta também.
E você, sente...

E você, sente saudade de quê?

Sabe não há como sentir saudades de coisas ruins, elas também serão lembradas. E as coisas boas então, essas sempre queremos de alguma forma rebobinar a fita de nossas vidas e passar sempre pelas mesmas situações agradáveis de novo, só que desta vez teremos experiência para lucrar melhor, pois a maturidade faz com que saibamos que aquele momento será único e por isso o aproveitaremos com grande qualidade.
A frase não é minha, e é mais ou menos assim: sente em uma chapa quente por um minuto e parecerá que já se passou uma hora, esteja com a pessoa amada por uma hora e parecerá que se passou apenas um minuto. A saudade de um grande amor é assim. E assim sentimos saudades de tudo que de bom durou anos, mas em nossa lembrança durou apenas minutos. A minha fase de estudante primário e colegial durou anos, mas parece que só se passaram dias, dias de momentos felizes. Se eu pudesse voltaria a quarta série e daria aquele que poderia ter sido meu primeiro beijo; ela era linda a Julia, e eu fiquei todo ruborizado e mascava um chiclete que teimava em não sair da minha boca, naquele momento ele era a muleta que me amparava, pois as pernas estavam bambinhas, mas também como beijar com a molecada dentro da sala de aula gritando beija... beija, não beijei.
Saudades sinto de pessoas que nem cheguei a conhecer, meus avós.
Do gato chaninho, maritaca cocota, cachorros farouk e chaparral.
Dos que morrerem meu tio Benedito meu padrinho João, aliás, saudade de entes mortos, acho que é lei todos sentimos, pois com cada um deles temos histórias pra contar.
Da infância parece que existe um caldeirão de sentimentos nostálgicos, adolescência também, lembro das viagens com a banda Butcher, banda de amigos meus, da qual eu era o road crew, um road é uma espécie de músico frustrado, no meu caso só servia pra carregar instrumentos e passar o som da bateria meu instrumento dileto, era trabalho análogo a de escrevo, eu definia assim e gostava de desempenhar as tarefas a mim designadas. Conheci cidades e alguns estados assim viajando com eles. O show da banda Kiss no Mineirão, primeiro mega-evento no Brasil neste gênero musical.
Das bebedeiras nem se fala todo fim de semana voltava miando pra casa chapadão mesmo, isso com apenas 15 anos de idade. Essa fase foi estupenda dos 14 aos 17 entortava o chifre mesmo, e queria mudar o mundo.
Saudades de papai que morreu quando eu só tinha 18 anos, eu vejo meus amigos com seus pais ainda vivos graças a deus, diga-se de passagem, adoto os pais deles como se fossem meus.
Tudo que foi o primeiro de uma série: meu quixute, macacão ou jardineira, não sei bem que nome se dava aquilo, sapato vulcabrás, tênis nautilus, meus carrinhos que se quebravam e depois o Uri Gueller ia lá em casa e consertava, enfim...
Saudades da primeira visão do mar foi monumental, me senti o Príncipe Namor (pronuncia-se néimor, só fui saber disto depois de adulto), aliás, gibis de estórias em quadrinhos eu fazia coleção, o poderoso Thor era eu. Mas voltando ao mar foi incrível, o caranguejo que comi na época tenho a lembrança até hoje do sabor dele. Passei o ano novo nesta praia, todo mundo de branco, fogos de artifício, todo mundo se confraternizando, foi excepcional.
Minha primeira paixão por uma mulher mais velha eu tinha uns 11 ou 12 anos, Zenaide professora de geometria, como ela era linda devia ter uns 22 anos.
Minha primeira namorada a qual amo até hoje, a recente ex-namorada não deu tempo de construir uma história, mas tinha tudo pra ter dado certo.
Dos carrinhos de rolimã às corridas de kart, foi um tempo maravilhoso, eu acelerava muito.
Bem saudosismo é passado, nostalgia, coisas bem velhas, talvez nem muito velhas pode-se sentir até do reveillon do ano passado. Mas o interessante pra mim é que quanto mais antiga a lembrança mais nítida ela se forma em minha mente. Saudades eu sinto não por sentir, mas para viver.

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segunda-feira, janeiro 24, 2005

24 de Janeiro, o dia que não acabou.

Um dia normal como qualquer outro, mas este dia podia reserva-lhe algo, como saber então? Ele acorda, levanta toma café, pergunta para seu parente próximo qualquer coisa, tem uma conversa normal. O sol está radiante nesta época é verão, chove pouco este ano ele pensa.
Vê tudo com olhos de criança, ele já é adulto, mas conserva a ternura de um jovem que busca sempre o novo, tudo aquilo que ainda não alcançou.
Os olhos de tua mãe irão vê-lo pela ultima vez naquele dia e por muito tempo a partir de então ela verá você com dor e sofrimento.
Mas você sai de casa ela te pergunta:
_ Volta cedo?
_ Sim mãe, voltarei naquele mesmo horário; mas na realidade uma festa mais à noite te aguardava.
_ Prepararei aquela sopa que você tanto gosta, meu filho!
_ Sim mãe obrigada até logo mais.
Uma ultima olhada ele dá virando as costas e acenando com a mão um até breve, seus passos não param voltando a olhar para frente dando a última ajeitada no boné, segue o passo, o sol bate em seu rosto e uma brisa leve acarinha tua face.
Chegando na empresa antes do horário, tudo rotineiramente normal ele abre a porta da empresa, seus companheiros de trabalho começam a chegar cumprimenta a todos, um dia de trabalho normal.
Chega a noite e já esta tudo combinado com seus amigos, local de encontro, só não se tem certeza aonde irão.
Encontram-se e partem para a diversão.
Somente oito meses depois retorna para casa, ele não é e nunca mais será o mesmo, alienado e completamente modificado, ele enxerga tudo de outra maneira com outros olhos, envelhecido pelo o trauma.
Seu único desejo era ter voltado para casa cedo ter tomado a sopa que lhe esperara a noite toda e ter a companhia de sua mãe e de todos que antes eram próximos, depois foram se afastando e somente ficou sua mãe com a tarefa de cuidar daquele que era um homem, mas retorna pueril e doente.
Aquele dia nunca passou, pois ele não conseguira passar incólume. Todos sofreram, ele mais ainda. Por quê ele não voltara para casa para poder ver o sol nascer novamente e viver o dia vinte e cinco e os outros subseqüentes para o resto de seus dias.


Não se esqueçam de visitar o Jornal do Blogueiro e ler a entrevista do Denílson que está excelente.

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quarta-feira, janeiro 19, 2005

Televizinhos.

Uma das coisas interessantes entre vizinhos, que moravam há anos na mesma casa mesmo bairro, em décadas passadas era a cordialidade com que eles se tratavam e conviviam na mais completa harmonia, delineando um bem estar ameno, constante e saudável.
Morar em casa a relação de interatividade que existe pode ser muito maior. Talvez pela maior proximidade e ligação entre as pessoas, apartamento são também muito próximos, afinal as portas estão frente a frente, mas a convivência em apartamento só se da em áreas comuns quando elas existem ou então no convite feito pelo vizinho de frente ou do andar debaixo para aquele almoço de domingo. Engraçado é perceber como hoje a palavra interação está tão presente no cotidiano das pessoas. Mas é sobre outra coisa que quero falar.
Lembro de casos de quando nem todos os lares tinham televisão, aí o recurso era na ?cara dura?, subir numa escada ou fazer um furo discreto no muro e olhar para dentro da residência do vizinho direcionando o olhar para onde o aparelho de tv estava localizado e assistir o programa que quisesse.
Absurdo? Não podem crer essa prática foi comum em uma época em que televisão foi artigo de luxo obtido somente pela elite dominante, imperialista... Espere aí, não faço militância nenhuma, vamos lá!
Em um país de desigualdades os televizinhos existiram em uma época onde mais comumente se via entre uma programação e outra um documento com o brasão da república dizendo qual a programação as seguir a classificação etária permitida era a famosa ditadura censurando todo e qualquer entretenimento que o brasileiro poderia ter.
Em um período difícil, os televizinhos inventaram o ?gato? televisivo, assistir o programa que quiser, na hora que mais lhe convinha, difícil? Era preciso contar com um vizinho sempre acometido de um calor incontrolável e assim sendo mantinha portas e janelas abertas.
Hoje isto é impraticável com a insegurança instalada, é impossível confiar em deixar a casa aberta.
Era simples, cômodo, e as crianças podiam ver a programação não apropriada para a idade e de quebra ver a vizinha trocando de roupa, isso mesmo, anos atrás os adolescentes masculinos se excitavam só de ver propaganda de lingerie.
Hoje democraticamente está tudo liberado, tecnologia, cabos de fibra ótica, robótica, internet, nanotecnologia. E também os tempos são outros, produzimos quase tudo aqui, industrializados, manufaturados agrícolas... Sem contar que os importados vindos do Paraguai chegam a custar metade do valor de um produto similar ou idêntico produzido aqui, ou legalmente importado.
As portas, janelas as pessoas se fecharam se trancaram em um mundo diferente, onde um furinho no muro não abre mais janelas nem portas, cada integrante da casa tem seu televisor... Hoje é tudo diferente não se partilha mais nada, é tudo na base do meu isso, meu aquilo, o nosso não existe mais, e com isso nos fechamos, ficamos egoístas, deixamos de se fraternos e isso levou alguns para a marginalidade, com o pensamento de que não posso ter isto, vou levar na base força.
Os televizinhos eram fraternos, amigos era o sistema de no paper view, e foi quem sabe o primeiro método de entre olhe a vontade a casa é sua.

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sexta-feira, janeiro 14, 2005

Audiovizinhos.

Às vezes fica insuportável conviver com vizinhos barulhentos seja em apartamento ou casa.
Uma das coisas que mais importunam é o barulho de um som ligado, quando o vizinho resolve lavar o carro não fim de semana imagine a cena: Carro com portas abertas capô e porta mala abertos, carpete secando pendurado no muro, mangueira inutilmente jorrando água na sarjeta e o som ligado no volume máximo e a desculpa é sempre a mesma: Com música o serviço rende...
Cachorro latindo gato miando, um objeto contundente e pesado que cai, cama e outros móveis sendo arrastados, saltos de sapatos, sandálias ou tamancos, isso no caso de apartamentos é bastante irritante, mas é momentâneo.
Agora um som ligado numa altura que incomoda vizinhos, tanto em casa quanto apartamento é o fim. Se a música for da qualidade que você odeia piorou.
Quando se está sozinho ou somente integrantes da família, sai um xingamento balbuciado, um palavrão agressivo aqui, um comentário ali.
Imagine outra situação: Você recebe visitas em casa e começa a relaxar com o papo agradável e inesperadamente vem a toda altura aquele som irritante daquele estilo de música você odeia e te impede de concentrar na conversa que você esta tendo naquele momento.
Meu amigo Denílson teve uma experiência parecida, eu já tinha em mente este tema junto com o tema ?Televizinhos? que oportunamente postarei.
Que é extremamente chato não tenha dúvidas, você chega cansado do trabalho, (ou qualquer outra atividade séria que te fadigue física ou mentalmente) em casa e vem aos seus ouvidos o latido do cachorro que foi deixado preso sem água e ou comida em casa porque os vizinhos saíram.
Depois de tanto barulho no trânsito dirigindo ou dentro do ônibus ou metrô; no escritório, indústria metalúrgica, linha de montagem de peças etc.
Tudo que você quer é a paz do teu lar e se até lá o sossego está ausente, o estresse vem junto com os malefícios da poluição sonora.
Viver em comunidade criar vínculos, afinidades, não é bajular vizinhos; é saber ser cordial estabelecer limites com sutileza. Assim todos passam a te conhecer e vice-versa.
De tal modo você saberá que se andar espalhafatosamente com aquele calçado que faz muito barulho, poderá acordar o bebê do casal que mora no apartamento debaixo e se colocar o novo cd do ?marmita e marmota? no mais alto volume o vizinho da casa ao lado suportaria essa marmota, mas se estivesse em um volume mais baixo.
O difícil é lembrar: onde termina o seu direito e começa o do outro, isto é básico para uma convivência saudável. Alguém tem que ceder.



Fá ? MØNØLØGÅR
Espero que realmente você retorne em breve, a blogosfera está na expectativa da sua melhora física, se cuida.



Dica pra ouvir: Joss Stone - All The King's Horses

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terça-feira, janeiro 11, 2005

Tsunami.

Com esta tragédia é que vemos o quanto as pessoas podem ser solidárias com as outras.
Remédios, roupas, água, comida, voluntariado etc. Aviões cargueiros não param de aterrissar com donativos de vários países.
Congelamento das dívidas por parte dos países credores, doações em dinheiro dos governos de paises ricos; jogos, espetáculos de música com grandes personalidades dos meios esportivos e musicais respectivamente, com toda a renda revertida aos que precisam, doações em dinheiro de celebridades endinheiradas, abastadas e solidárias.
É muito importante dar qualquer coisa para alguém que agora não tem nada. Não descreverei a catástrofe que se abateu sobre os paises e ilhas afetados, pois o noticiário está se encarregando disto diariamente, e vendo um desses telejornais comecei a perceber que o montante em dinheiro já acumulado é de fato gigantesco, comecei a pensar:
_Para quais pessoas ou órgãos governamentais será encaminhado esse dinheiro? Quem vai distribuir esse dinheiro até agora arrecadado? São diversos lugares que foram afetados, será que existe seriedade dos governantes locais? Quais empresas estão encarregadas do rescaldo e futuramente da reconstrução?
Li em um jornal que para cada um dólar investido na reconstrução no mínimo dez centavos de dólar serão desviados.
Parei de pensar.

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sábado, janeiro 08, 2005

Belo Horizonte.

Apesar de não ter recebido uma proposta igual a que recebeu meu amigo e conterrâneo do Gerolino o como é aí na cidade onde você mora? É muito inspiradora.
Lendo seu post senti vontade de expressar a minha visão da nossa querida Belô


Belo Horizonte

Falar de beagá não é tarefa fácil e é demasiadamente longa, mas esta terrinha incrustada entre montanhas, entre elas a famosa Serra do Curral, como a maioria deve saber símbolo e cartão postal de beagá, é igual à terra das Alterosas se Minas são muitas Belo Horizonte também o é.
Por aqui ainda passa uma linha regular de trem, conhecida pelos belorizontinos de bh-Vitória, um trem que parte da ?praça da estação? no centro de beagá. Impossível não reparar na estátua de Dom Pedro II, completamente à vontade, ou seja, peladão!. Aliás, aqui em bh trem é qualquer coisa e qualquer coisa é o coiso. Se você disser pega aquele trem e poe dentro do coiso, todos sabem que é pegar um objeto e colocar em um recipiente.
Foi a primeira cidade planejada do Brasil, em seus cento e poucos anos de vida já é cosmopolita e tudo que foi planejado hoje não tem mais utilidade, era pra ser 200.000 habitantes, hoje somos mais de 2.000.000 e metrópole que é, paga o preço da explosão demográfica.
O metrô de Belo Horizonte é o mais atrasado dos que estão sendo construídos no Brasil, além de já se ter gastado o triplo do que inicialmente custaria e gastar muito mais tempo do que se previa. Aos pouquinhos bem mineiramente ele vai acabar de ser construído.
Belorizontino que não quebra as regras passa férias em Guarapari e baiano que é baiano corre pra cá se instalando em busca de oportunidades. Aliás, migrante aqui não falta e todos são recebidos como se belorizontinos já fossem.
Lindos monumentos arquitetônicos não faltam, o complexo da Pampulha que, aliás, recebeu o toque genial de Burle Marx, o grande Oscar Niemayer e o célebre Cândido Portinari, a catedral da Boa Viajem, primeira construção de beagá estava lá, era uma igrejinha que foi demolida para a monumental obra de arte, sabiam que essa catedral nunca fecha, ela fica aberta e em vigília constante com pessoas que passam a noite inteira cumprindo o que diz as escrituras sagradas: ?orai e vigiai?.
Eu gosto muito de olhar para cima e de cima vem tanta coisa de encher os olhos, aquele índio no alto do edifício Acaiaca sempre me fascinou, um guardião eterno daquele pedaço em que ele se localiza. As fachadas de prédios históricos ao longo da avenida Afonso Pena, estavam cobertas por painéis e placas das lojas que ocupam a parte debaixo, mas a prefeitura há algum tempo já se encarregou de baixar um decreto-lei forçando a retirada da propaganda que descaracterizava o conjunto da obra dos prédios e sobrados. O Pirulito da praça sete, um monolito em forma quadrada na base que se afunila ao chegar no topo tem a forma de uma flecha apontada para a imensidão do céu azul, em épocas passadas ele foi meio nômade, não que se deslocasse sozinho, tiraram-no de lá colocando em um bairro famoso daqui por ser de movimento bem intenso com boites e discotecas.
Ah! O prédio do automóvel clube, sempre quis entrar lá, mas as festas que ocorriam ali, muito glamourosas, sempre em trajes black tié, eram somente para sócios e esses fazem parte da alta sociedade belorizontina.
Monumentos históricos são muitos, bh guarda um pouco da vida na roça, a figura do matuto do interior de semblante hospitaleiro ainda esta arraigada no âmago dos habitantes daqui.
Bares, me parece que passam de 10.000, êta povim que adora biritar!. Tem a feira hippie aos domingos que também não pode deixar de ser visitada quando turistas vierem aqui, antes a idéia era só vender produtos manufaturados, hoje tem de tudo, os produtos industrializados tomaram conta do seu quinhão e até aquele espetinho de filé-miau você pode saborear. Tenho um colega que é gari e ele junto com seus parceiros de trabalho estão encarregados da limpeza do local, ele me disse que são retirados de lá quatro caminhões de lixo somente em um dia de funcionamento da feira, é mole?!
Orgulho-me de abrigar aqui uma unidade da rede Sarah de hospitais de reabilitação do aparelho locomotor, referência na América latina em tratamento de pacientes com histórico de trauma raqui-medular e cuida também das criancinhas na sua ala de pediatria. Que dizer então do instituto São Rafael ali no Barro Preto, lugar onde os deficientes visuais aprendem ler em braile e são ressocializados na sociedade. Tem a UFMG que não deve dada para outras grandes faculdades federais em nível de ensino.
Bandas como Jota Quest, Skank, Pato Fu, Tianastácia, Uakti; Ana Carolina é quase belorizontina, atrizes: Priscila Fantin, Letícia Sabatela, atores Ângelo Antonio, o ator que interpretou cazuza no cinema também.
O Grupo Corpo, Giramundo Teatro de Bonecos, Grupo de Dança Primeiro Ato, todos belorizontinos e tantos outros famosos no cenário das artes cênicas, musicais e teledramaturgia, escritores, nossa! Ficaria dizendo alguns que são de beagá, mas ta quase na hora de terminar.
Outro orgulho que sinto são dos garotos de Santa Tereza, pensaram no clube da esquina? Esses também são jóia rara, mas nem todos são de beagá. Eu to falando da maior banda de trash metal do país, quiçá do planeta, o Sepultura claro. Essa banda formada por garotos do bairro Santa Tereza é a maior expressão musical do Brasil no mundo. Chico Buarque, Caetano e esse pessoal da mpb e da ?incheu music? tocam lá no exterior e não fazem páreo com o Sepultura e quase ninguém sabe disso. Além de comumente América do Norte e Europa, se tiverem oportunidades perguntem na Croácia, São Petesburgo e lá na Indonésia sobre música do Brasil e te responderão Sepultura. Ta certo que hoje só dois integrantes são de belô, mas belô é a fonte que minou essa banda para o mundo.
Falei de alguns lugares, seria demais lembrar de tudo; falei de pessoas e essas ajudam a fazer esta cidade, vejo beagá assim pessoas e construções, das mazelas sociais é maçante dizer.
Uma última coisa, toda companhia aérea designa uma abreviatura para as cidades do país, por exemplo, se vou viajar para cá é São Paulo (não sei a denominação usada) BHZ. Pensei sou de beagazonte, tenho orgulho de ser beagazontino.

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quarta-feira, janeiro 05, 2005

Convite sem fundos.

Brasileiro é um bicho engraçado. Com a fama de educado e hospitaleiro, que recebem bem seus visitantes e turistas; se bem que na categoria: turistas, quem tem se dado bem são as agências de viagens, companhias aéreas as internacionais, pois as a nacionais além de sucateadas, estão devendo até o que não tem, para pagar dívidas com credores, o governo pra variar está entre eles, aliás, não é uma novidade saber que na maioria das empresas grandes quando há débitos a serem pagos aos credores, governo e previdência estão ali brigando pelo pedacinho do ?latifúndio? que a empresa amealhou durante sua existência.
E nossos trombadinhas, aliás, termo no diminutivo que há muito deixou de especificar aqueles meninos, crianças ainda, que se enveredavam pelos caminhos dos pequenos delitos: furto de carteiras, o biscoito da lanchonete com o mostruário quase na calçada e por aí ia. Hoje são marmanjos que assaltam a mão armada, as lojas, calçadas, os pedestres em plena luz do dia e as praias cheias de incautos turistas que vem deixar aqui uma enorme quantia em euros e dólares que você não vê, mas que movimenta a economia do país, gerando empregos, produção industrial, artesanal, serviços e bens de consumo duráveis e perecíveis.
Ainda bem, por enquanto esse produto made in Brazil não está na pauta de produtos para exportação (ainda), mas com certeza preocupa e tira nosso sono, assim nos perguntamos de quem é a culpa? Quem irá nos proteger? Pagamos impostos, merecemos um mínimo de segurança. Já que dentro da polícia também existem os marginais que colaboram pra nossa precária e frágil insegurança. Mas este é assunto para um post futuro.
Ah! Sim o convite sem fundos, você já reparou que sempre dizemos:
_ passa lá em casa depois...
_ quando for ao Rio, passe uma temporada na nossa casa de praia...
_ vamos fazer uma excursão nas férias ta a fim de ir? Vai ser ótima a sua companhia...
_ se o problema é transporte posso te pegar lá, vai alongar em 40Km o percurso de nosso passeio, mas pra quem tem carro tudo fica perto...
_ quando for ao Brasil passa lá em casa...
Ao encontrar aquele velho amigo de tantas farras nos tempos da faculdade dizemos um: _ vamos tomar um choppinho qualquer dia desses pra colocarmos o papo em dia...
Conheço um caso que uma pessoa de férias pela Europa e visitando a Holanda, conheceu um simpático holandês que lhe ofereceu hospedagem em sua casa; passado o período das férias o cara agradece e oferece o convite sem fundos: _ quando for ao Brasil passa lá em casa...
Passados mais de um ano esta pessoa que mora no Espírito Santo, antes de sair para o trabalho atende a campainha da casa, quem está parado em frente a entrada de sua casa? Uma figura de mochilão bota trekking com meias do tipo Lupo, bermudão com uns 40 bolsos, camisa estampada de flores tropicais, óculos alaranjado, chapéu modelo camuflado para safári na selva; e depois de muito rebuscar na memória quem poderia ser? Claro, o branquelo do holandês, o sujeito que me hospedou na sua casa em Amsterdã há um tempo atrás! Que ele faz aqui com essa pinta de andarilho? Ele deve ter se perguntado instantes depois. Esta história terminou bem.
Um amigo passou por uma experiência do tipo ?convite sem fundos?. Dia 24/12 às 7:00hs o telefone toca, meio sonolento ele atende a ligação, uma amiga o convida para um almoço no dia seguinte em um sítio da família, um pouco distante, sabendo que ele não tem carro ela diz que seus irmãos, amigos, têm carro e que iriam pegá-lo, ela termina a conversa dizendo que depois liga para acertar os detalhes.
Dia 25 nada de telefonema até por volta do meio dia, ele liga pra saber a que horas vai ser apanhado, antes de falar com sua amiga ele já fica sabendo que ninguém sabia que ele havia sido convidado para o tal almoço e depois falando com a própria tem a notícia de que ninguém poderia busca-lo, motivo: os que tinham habilitação de motorista (aqui agente chama ?carteira de motorista?), já tinham ido e os restantes tinham carro, mas não a carteira, e se deslocar para busca-lo era arriscado ter uma blitz de trânsito no caminho. (Nem relógio trabalhou direito dia 25). Esta história foi frustrante, imagino.
Nada contra os convites, mas vocês hão de convir comigo que nossa educação às vezes extrapola limites, não só o fazemos por educação o que até certo ponto é louvável, mas fazemos por conveniência ou convenção.
Convite sem fundos é isso aí, não é garantia de sinceridade do pretenso anfitrião é em grande parte figura de linguagem na qual mostramos que podemos retribuir em igual proporcionalidade. Nunca esperamos pagar promessas feitas em condições de pressão por oportunidades a serem criadas sob motivações incabíveis.
O nosso momento atual reflete as amizades e comunidades a que passamos a pertencer, o que passou foi... Um convite sem fundos.

Dica pra ouvir: Led Zeppelin - The Battle of Evermore

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